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Primeiro-secretário da Assembleia em MS diz que vídeo foi editado
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SÍLVIA FRIAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CAMPO GRANDE (MS)
O primeiro-secretário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Ary Rigo (PSDB), afirmou hoje que o vídeo que vazou no Youtube foi editado e "não traduz a conclusão apresentada".
Na gravação, feita em junho deste ano, o deputado comenta que o governador André Puccinelli (PMDB) e membros do Tribunal de Justiça e Ministério Público Estadual receberiam R$ 2 milhões, R$ 900 mil e R$ 300 mil, respectivamente.
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Vídeo indica 'mensalão' em Mato Grosso do Sul
Veja vídeo em que deputado revela suposto 'mensalão' em MS
A gravação foi feita pelo jornalista Eleandro Passaia, secretário de Governo de Dourados. Segundo Riga, Passaia pediu para conversar, pois estava preocupado com Ari Artuzi --prefeito de Dourados (sem partido) que está preso acusado de irregularidades.
Ontem, Passaia afirmou que "a gravação fala por si".
O deputado negou envolvimento em esquema de pagamento ilícito aos órgãos. "Devolução foi só uma expressão", disse Rigo. Segundo ele, os repasses citados referem-se aos duodécimos destinados ao Poder Judiciário, Assembleia Legislativa e Ministério Publico.
O duodécimo é um recurso oriundo do Orçamento do Estado destinado para despesas do Legislativo (salários, manutenção, etc.).
O deputado diz que negociou com o governo do Estado para que o maior corte fosse para Assembleia, uma forma de reduzir o impacto aos outros órgãos. Desta forma, o índice de redução de repasse na Casa foi de 21,87% --contra 5,48% no Ministério Público Estadual e 7,8% no Judiciário.
"Evidente que quem repassa os valores do duodécimo aos poderes e órgãos é o Poder Executivo [...]. Jamais paguei qualquer valor a qualquer autoridade", disse.
Rigo contou que fez isso para impressionar e demonstrar força a Passaia. O jornalista foi peça chave nas investigações da Polícia Federal que revelaram um suposto esquema de pagamento de propina em Dourados.
Segundo o deputado, Passaia conversou com ele, pois alegou estar preocupado com um possível pedido de impeachment em Dourados.
Em entrevista, o deputado negou que tivesse influência sobre decisões do Tribunal de Justiça ou das ações do Ministério Público Estadual. No vídeo, Rigo comenta que teve encontro com desembargador Claudionor Abss Duarte e cita o ex-procurador Geral da Justiça, Miguel Vieira da Silva.
REPASSE AOS DEPUTADOS
O primeiro-secretário da Assembleia também teve que explicar o repasse a deputados de R$ 120 mil que consta na gravação, em que fala "Você sabe, lá na Assembleia nenhum deputado ganhava mais de 120 mil, agora os deputados vão ter que se contentar com 42".
Rigo diz que o montante refere-se a uma verba repassada aos gabinetes, somando salário dos deputados (R$ 12 mil), verba indenizatória (R$ 11,2 mil) e salário dos funcionários. Com o corte de gastos, esse recurso teria sido reduzido a aproximadamente R$ 70 mil.
OUTRO LADO
A assessoria do Ministério Público Estadual informou que os índices relatados por Rigo estão sendo verificados. A Folha não obteve resposta do Tribunal de Justiça nem da Assembleia Legislativa.
Ontem, o governador Puccinelli disse que não está preocupado com o caso. "Pergunte ao Rigo", afirmou ontem.
Leia aqui a íntegra da carta de Ary Rigo.
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