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Presidente do PT condena 'argumentos medievais' e diz que partido não aceitará calado
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GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA
Numa sinalização de que a campanha de Dilma Roussef (PT) à Presidência não vai deixar ataques sem resposta no segundo turno, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, disse nesta terça-feira que os aliados da petista não vão "aceitar calados" acusações de José Serra (PSDB). Apesar de negar mudança de tática na estratégia petista, Dutra disse que Serra usou "argumentos medievais" para atingir a imagem de Dilma.
"Eles têm uma campanha na televisão, no debate político. Ao mesmo tempo no submundo, nos subterrâneos, têm uma campanha com argumentos absolutamente medievais. Todo mundo que tem computador em casa está vendo isso", disse.
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Numa referência velada à acusação de que Dilma seria favorável ao aborto, Dutra disse que é "inadmissível para o Brasil no século 21 ter uma eleição presidencial que é pautada por temas que podiam fazer sucesso na idade média". O petista afirmou que a estratégia adotada por Serra "não é ruim para esse ou aquele candidato, mas é ruim para o Brasil".
Dutra disse que a coordenação da campanha de Dilma vai analisar em cada debate se a candidata vai manter a postura de ataques ao tucano, a exemplo do que aconteceu no último domingo na TV Bandeirantes. "Naquele momento [debate da Band] era importante colocar de forma muito assertiva essa questão. E vamos combinar a reação a calúnias com ataques e propostas."
PRIVATIZAÇÃO
Na mesma linha adotada por Dilma no debate, o presidente do PT acusou Serra de estar disposto a privatizar o pré-sal se for eleito no dia 31 de outubro.
"A privatização não voltou ao discurso do PT. A privatização voltou ao debate a partir de afirmações de pessoas da campanha do Serra que dizem que vai privatizar o pré-sal. Por mais que eles façam exercícios retóricos, voltar ao modelo de concessão para o pré-sal significa na prática você vender um bilhete premiado."
Dutra disse que, à medida que a bancada do PSDB votou contra a partilha do pré-sal e tem aliados que defendem o modelo de concessão, Serra está de acordo com a privatização. "Modelo de concessão significa o quê? Que depois de descoberto, ele passa a ser propriedade de quem o descobriu. Ou seja: privatização."
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