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10/11/2010 - 19h45

Outro ponto de rodovia é fechado em bloqueio de índios no Maranhão

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ELIDA OLIVEIRA
DE SÃO PAULO

A rodovia federal BR-226, que corta a terra indígena Cana Brava perto de Barra do Corda (456 km de São Luís), continua interditada por índios guajajara. O protesto já dura três dias.

Na manhã desta quarta-feira, caminhoneiros que foram impedidos de passar pelo trecho fecharam outro ponto da mesma rodovia. Com caminhões atravessados na pista, eles impedem o acesso na altura do km 305, fora da área de reserva, e cobram uma solução para o conflito.

Conflito entre delegado e índios deixa feridos no Maranhão
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Desde domingo os guajajara cobram da Seduc (Secretaria Estadual de Educação) o repasse de recursos para o transporte escolar, merenda e remuneração de professores. A Secretaria da Educação confirmou que teve problemas em processos licitatórios para os serviços e disse que já liberou R$ 3,5 milhões para tratar emergencialmente da questão.

De acordo com o inspetor Júlio Henriques, da Polícia Rodoviária Federal, a solução do conflito é delicada porque a rodovia está na área de reserva. "Não podemos simplesmente desfazer o bloqueio, dependemos de negociações entre os indígenas e a Funai ou de alguma ordem judicial", disse.

A Funai (Fundação Nacional do Índio) disse, em nota, que não tem medido esforços nas negociações, mas classificou o conflito como "uma tragédia anunciada". Segundo a Funai, há pelo menos cinco meses os índios cobram da Seduc o repasse dos recursos. Para a Funai, a Seduc foi "negligente".

O Ministério Público Federal enviou ofício pedindo para a Polícia Federal instaurar inquérito para apurar o caso. O ministério disse que já havia proposto uma ação civil pública contra o Estado do Maranhão por conta das irregularidades no transporte escolar indígena, pedindo que os serviços fossem feitos de forma contínua, sob pena de multa.

Procurada pela Folha, a PF no Maranhão não respondeu os pedidos de informação.

FERIDOS

O caso ganhou repercussão na noite de domingo, quando um delegado da Polícia Civil ficou ferido ao tentar passar pela barreira feita pelos índios. Ele foi atingido por tiros de espingarda no tórax, nas pernas, nas nádegas e no braço esquerdo. O dedo anelar foi decepado por um golpe de facão. Apesar dos ferimentos, ele não corre risco de morte.

Quatro índios --entre eles um adolescente-- também ficaram feridos por disparos feitos pelo delegado. De acordo com Maria de Jesus dos Santos, diretora técnica do Hospital Presidente Dutra, um deles está em estado gravíssimo.

Ele foi submetido a uma cirurgia para retirar uma bala que ficou alojada no crânio. O índio, de 28 anos, está na UTI e o quadro não apresenta evolução.

Outros dois índios, de 30 e 55 anos, foram atingidos por tiros no abdômen. Eles passaram por cirurgia e devem receber alta nos próximos dias. O adolescente, que não teve a idade revelada, levou um tiro na região cervical (pescoço). A bala foi retirada e ele não apresenta sequelas.

 

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