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02/12/2010 - 13h37

Lula critica plano econômico do governo Sarney

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SIMONE IGLESIAS
BRENO COSTA
DE BRASÍLIA

O Plano Verão, lançado pelo governo José Sarney (1985-1990), foi chamado de "catástrofe" e exemplo do que não deve ser feito na economia de um país pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quinta-feira, em discurso durante reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. O Plano Verão alterou o rendimento da caderneta de poupança e promoveu o congelamento de preços e salários para tentar conter a alta inflação.

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"Eu era candidato a presidente e o Maílson da Nóbrega tinha anunciado o Plano Verão e nós achamos que aquilo era uma catástrofe. Hoje estamos pagando esqueletos de vários planos porque havia um hábito de tratar economia como se fosse questão de mágica. Um cidadão inventava uma tese e anunciava um pacote como se fosse uma coisa clandestina. Depois, não dava resultado e ninguém assumia a culpabilidade pelos erros. O ministro caía, o país ficava no prejuízo, era uma coisa maluca", afirmou.

Segundo Lula, seu governo fez "milagre" na área econômica porque não apresentou planos mágicos.

MARCOS REGULATÓRIOS

O presidente lamentou não ter finalizado marcos regulatórios para uma série de setores, sem citar quais são. Um deles, que deve ser entregue a Dilma trata da regulação da mídia. Outros dois, também em discussão, preveem novas regras para a construção civil e a mineração.

"Nós ainda não vamos deixar uma contribuição para a Dilma, que eu queria deixar, e que não vai ser possível fazer, que é tentar melhorar o marco regulatório de muita coisa nesse país. Tem muita coisa que a demora é tanta que não é explicável", disse.

Sem citar a imprensa diretamente, Lula insinuou que a mídia atrapalha seu governo, ao falar de "indústrias que nem são indústrias".

"Hoje nós temos várias indústrias, que nem são indústrias, que dificultam a vida de um governo. E eu vou poder falar muito mais à vontade disso quando eu não for governo. Porque, senão, vão dizer que eu estou choramingando. Mas você não tem dimensão de como é difícil fazer as coisas acontecerem nesse país", afirmou.

HERANÇA MALDITA

O presidente disse que sua sucessora, Dilma Rousseff, não receberá uma "herança maldita" como aconteceu com ele em 2003, ao receber o governo de Fernando Henrique Cardoso. Lula lembrou que a expressão foi dita pela primeira vez durante a transição, em 2002, por Antonio Palocci, ao analisar as contas do governo.

"A Dilma não vai receber herança maldita até porque se receber tem parte na construção. Ela vai receber um Brasil que poucos presidentes tiverem a oportunidade."

Lula disse que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não teve a mesma sorte de Dilma quando recebeu a faixa presidencial das mãos de George W. Bush. "Obama recebeu uma herança maldita impagável, que foi a crise do subprime", afirmou.

 

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