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24/01/2011 - 20h31

Sensação é de 'assalto', diz presidente da OAB sobre pensões

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RODRIGO VARGAS
DE CUIABÁ

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) iniciará a partir de fevereiro uma ofensiva jurídica contra o pagamento de aposentadorias especiais a ex-governadores no país.

O presidente da entidade, Ophir Cavalcante, 49, disse à Folha que acionou todas as seccionais do país para obter informações sobre eventuais beneficiários de cada Estado.

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Leonardo Carvalho - 23.fev.2010/Folha Imagem

O resultado do levantamento vai definir a estratégia para abordar o tema no STF (Supremo Tribunal Federal): se uma ou várias ações diretas de inconstitucionalidade.

FOLHA - Como descrever o cenário das pensões especiais a políticos no Brasil?

Ophir Cavalcante - É como viver em uma ilha da fantasia. Essas pessoas perdem a noção da importância do cargo e estão pensando muito mais em garantir o seu futuro do que em cumprir um mandato.

Há quem diga que a pensão é merecida, em razão de supostos serviços prestados.

Ninguém os obrigou a se candidatar. Por que a sociedade tem de pagar a conta?

Como a OAB pretende extinguir as pensões?

Por meio de ações diretas de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal. A Constituição anterior previa as pensões, a atual não mais. Ou seja, o legislador constituinte foi claro: a partir de 1988, ninguém pode mais receber isto.

As ações serão propostas por Estado?

Vamos verificar a possibilidade de concentrar as demandas. Se não for possível, entraremos com uma ação para cada lei estadual. De qualquer forma, já na primeira ação, pediremos que seja conferido o instituto da repercussão geral, para que a decisão seja aplicada a todos os casos idênticos.

A OAB pretende pedir a devolução de valores já recebidos pelos beneficiários?

O STF vai ter que deliberar a respeito da devolução. Toda Adin tem efeito retroativo. No entanto, em uma situação como esta, onde aparentemente houve boa-fé por parte da maioria dos que receberam, o STF pode estabelecer que a decisão valerá apenas daqui para frente.

Como vê as perspectivas no Supremo?

Tenho confiança de que o STF mais uma vez vai corresponder aos anseios da população brasileira.

Qual a sua reação diante de casos absurdos, como o da pensão concedida a um político que exerceu o cargo de governador por 10 dias?

A sensação é a de que eu, enquanto contribuinte, estou sendo assaltado.

 

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