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Liberar servidores do ponto não é mau exemplo, diz Sarney
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GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA
Atualizado às 12h31.
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), minimizou nesta terça-feira sua decisão de dispensar um terço dos servidores do seu gabinete de registrarem o ponto para controle de frequência na Casa. Ao afirmar que a medida foi tomada pelo diretor do seu gabinete para "poucos funcionários", Sarney disse que não considera a medida "mau exemplo" para os demais parlamentares.
"Mau exemplo não, ao contrário, é um bom exemplo porque são muito poucos os que nós liberamos, são aqueles que essencialmente o diretor achou que para o seu serviço era preciso. Muitos gabinetes liberaram todos os funcionários", afirmou.
Sarney enfraquece controle de frequência no Senado
Ao negar qualquer influência na liberação dos servidores, Sarney disse que o presidente da Casa "não está atrás de saber o ponto dos funcionários" que trabalham em seu gabinete.
"Não sou o responsável. Cada um de nós temos diretores dos seus gabinetes, eles é quem sabem o problema do funcionalismo. O presidente não está atrás de saber o ponto dos funcionários, aí temos que dirigir à direção geral e ao primeiro secretário."
Segundo Sarney, os oito servidores liberados do controle do ponto são encarregados de realizar tarefas externas ao Senado, por isso devem ter um horário flexível de trabalho.
BRECHA
A decisão de Sarney enfraquece uma determinação considerada moralizadora na Casa. Outros nove senadores também liberaram o total de 161 servidores ontem --que se juntam ao universo de 1.060 que já haviam sido dispensados do controle por ocuparem chefias de gabinete, diretorias ou estarem lotados nos Estados.
O Senado gastou R$ 1,154 milhão para coletar as informações digitais dos servidores e armazená-las nos cartões personalizados para cada funcionário na implantação do ponto biométrico --anunciado em meio ao "pacote moralizador" depois da crise que atingiu a instituição em 2009.
Com a medida, os funcionários ficam liberados de registrar o ponto no começo e no final da jornada de trabalho. Levantamento realizado pela Folha um dia antes da implantação do ponto biométrico, que entrou em vigor no dia 1º de abril, mostra que Sarney não tinha liberado nenhum servidor de registrar o ponto.
O novo sistema endurece o controle sobre a frequência já que cada um deve registrar sua impressão digital e passar um cartão eletrônico para ter suas horas de trabalho computadas.
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