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Líder do PT acusa 'pessoas ligadas a Serra' de vazarem dados
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MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA
Reforçando o discurso do governo, o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), afirmou nesta quarta-feira que "pessoas ligadas a José Serra" (ex-governador de São Paulo) vazaram dados do faturamento da empresa Projeto, que pertence ao ministro Antonio Palocci (Casa Civil).
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) disse ontem que as informações foram repassadas pela Prefeitura de São Paulo, enquanto o ex-presidente Lula teria responsabilizado o secretário municipal de Finanças, Mauro Ricardo.
Na avaliação do governo, o vazamento ocorreu em cima dos dados do ISS (Imposto Sobre Serviços) recolhido pela empresa, que também informa o faturamento ao município.
O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), rebateu os governistas e afirmou que a oposição aceita incluir entre as investigações da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que tenta criar para investigar a evolução patrimonial de Palocci o suposto vazamento do faturamento da Projeto.
Nogueira disse que não há problemas em investigar a suposta quebra dos dados. O tucano negou que o PSDB tenha divulgado informações sigilosos da Projeto. A Folha revelou há 10 dias que o ministro aumentou em 20 vezes seu patrimônio nos últimos quatro anos e adquiriu dois imóveis, por meio da empresa, no valor R$ 7,5 milhões.
"Nós aceitamos discutir isso [quebra dos dados as empresa] se a CPI for instalada. Agora, essa informação de que houve o vazamento de dados não foi iniciativa do PSDB. O ministro Gilberto Carvalho está desvirtuando a história e só confirma que há alguma coisa estranha que necessita que seja fiscalizada."
O líder do DEM, ACM Neto (BA), disse que se houve vazamento ele seria responsabilidade do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, a quem chamou de "neogovernista". Kassab que deixou o DEM para fundar o PSD, que ensaia um alinhamento com o governo Dilma Rousseff.
Em nota, a Secretaria de Finanças informou que todos os acessos às informações da Projeto foram feitos pela própria empresa ou por servidores que realizaram "procedimentos demandados pelo próprio contribuinte", como recolhimento de tributos e retificação de lançamentos fiscais.
BLINDAGEM
A base aliada do governo voltou a blindar Palocci evitando que os requerimentos que pedem sua convocação para dar esclarecimentos no Congresso sejam analisados.
As convocações foram apresentadas nas comissões de Ciência e Tecnologia; de Agricultura e de Fiscalização e Controle, mas não foram analisadas por falta de quorum e pelo início do processo de votação do plenário.
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