Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
27/05/2011 - 11h15

Oposição diz acreditar em novas adesões à CPI contra Palocci

Publicidade

DA AGÊNCIA SENADO
DE SÃO PAULO

O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), afirmou que a oposição vai conseguir as assinaturas exigidas à criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a evolução patrimonial do ministro Antonio Palocci (Casa Civil).

Segundo o senador, o requerimento da CPI tem atualmente 19 das 27 assinaturas necessárias no Senado. As oito restantes já estariam prometidas por parlamentares, inclusive da base do governo.

Procuradoria abre investigação sobre os bens de Palocci
Dilma pede que não haja 'politização' sobre denúncias contra Palocci
Palocci se explica a petistas e critica oposição, dizem senadores

Para a criação da CPI, são necessárias ainda assinaturas de 171 deputados --a oposição teria, até agora, cerca de 100.

"Teremos novas adesões na próxima semana. Vários senadores pediram apenas que esperássemos as explicações do ministro Palocci ao procurador-geral da República. Se não forem convincentes, eles irão assinar o requerimento", Dias.

Caso a oposição não consiga a adesão de deputados federais em número suficiente para uma comissão mista, os senadores pretendem apresentar pedido para criação de uma CPI apenas do Senado. Para isso, farão um novo requerimento, a ser assinado pelos mesmos senadores que já aderiram ao da comissão.

Na semana passada, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, deu a Palocci um prazo de 15 dias para que esclarecesse os fatos revelados pela Folha de que multiplicou por 20 seu patrimônio em quatro anos. Entre 2006 e 2010, passou de R$ 375 mil para cerca de R$ 7,5 milhões.

Anteontem, a liderança do PSDB na Câmara levantou suspeitas de que pagamentos feitos pela Receita Federal à incorporadora WTorre, no valor de R$ 9,2 milhões, durante as eleições do ano passado, estejam relacionados ao trabalho de Palocci, e a doações para a campanha presidencial de Dilma Rousseff.

O deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) apresentou à imprensa registros públicos do Siafi (o sistema de acompanhamento de gastos da União) e da Receita Federal que indicariam uma relação entre pagamentos feitos pela Receita à WTorre Properties, um braço do grupo WTorre, e o trabalho do ministro na incorporadora.

No dia 24 de agosto, a WTorre protocolou na Receita um pedido de restituição de Imposto de Renda de pessoa jurídica relativo ao ano de 2008. Na mesma data, a incorporadora fez uma doação de R$ 1 milhão para a campanha presidencial de Dilma --outra parcela de R$ 1 milhão foi depositada à campanha no mês de setembro.

A restituição da Receita ocorreu apenas 44 dias depois do protocolo, no valor de R$ 6,25 milhões. Segundo Francischini, o prazo da devolução é recorde.

Segundo reportagem da Folha, a WTorre foi uma das clientes da empresa do ministro, a Projeto Consultoria Financeira, que teve um faturamento de R$ 20 milhões somente no ano passado.

GOVERNO

Ontem, pela primeira vez, a presidente Dilma Rousseff falou sobre o caso. "Asseguro que o ministro Palocci está dando todas as explicações necessárias. Espero que esta questão não seja politizada como foi o caso do que aconteceu ontem, um caso lastimável que é aquela questão da devolução de impostos da empresa WTorre", disse Dilma, referindo-se à nota divulgada pela Receita Federal.

"A Fazenda demorou um determinado tempo, se não me engano dois anos, e a Justiça determinou à Fazenda o pagamento da restituição. Não se trata de maneira nenhuma de manipulação. Lamento que um caso deste tipo esteja sendo politizado", destacou a presidente. "Quero reiterar que o ministro Palocci dará todas as explicações para os órgãos de controle, inclusive para o Ministério Público será dado nos próximos dias."

Sem revelar detalhes sobre o faturamento de sua empresa e nem dizer quem foram seus clientes, Palocci também falou sobre o assunto com senadores da bancada do PT.

Ao final do almoço da presidente com os parlamentares petistas, o ministro pediu a palavra para negar que sua empresa de consultoria, a Projeto, tenha cometido irregularidades que lhe permitiram aumentar em 20 o seu patrimônio.

"Ele falou por mais de 15 minutos por iniciativa dele, explicou todas as coisas. Ele o fará por intermédio da resposta que está dando à Procuradoria Geral da República", disse o líder do PT, senador Humberto Costa (PE).

Sem revelar as explicações do ministro, Costa disse que toda a bancada saiu "contemplada" com o que foi dito por Palocci. "A mim, como aos demais senadores que lá estiveram, as explicações nos pareceram bastante consistentes."

O senador Wellington Dias (PT-PI) afirmou que Palocci atribuiu à oposição o vazamento das denúncias --em especial "tucanos" que estão em São Paulo. "Estão buscando fazer um terceiro turno desse episódio. É o PSDB que está por trás disso, sem a preocupação dos danos que isso pode causar", afirmou Dias.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página