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Em jantar, Requião anuncia que assinará pedido de CPI contra Palocci
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VALDO CRUZ
GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA
Em jantar com o vice-presidente Michel Temer na noite de ontem, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) anunciou que vai assinar o pedido de instalação de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Congresso para investigar a evolução patrimonial do ministro Antônio Palocci (Casa Civil). Apesar de Temer ter conseguido convencer outros "dissidentes" da bancada do PMDB no Senado a não assinarem de imediato a CPI, Requião disse que vai aderir ao pedido de investigações.
Segundo relatos de participantes do jantar, os outros integrantes do chamado G8 (grupo de oito senadores peemedebistas "independentes" no Senado) prometeram esperar as explicações públicas de Palocci antes de assinarem a CPI. Mas não descartaram a possibilidade de aderirem à comissão.
"O Requião é o único que talvez assine antes do resultado das investigações. Estamos ponderando com ele para ver se aguarda as explicações encaminhadas pelo ministro à Procuradoria Geral da República", disse o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE).
Além de Requião, os senadores Pedro Simon (PMDB-RS), Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), Casildo Maldaner (PMDB-SC), Waldemir Moka (PMDB-MS), Eduardo Braga (PMDB-AM), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Ricardo Ferraço (PMDB-ES) integram o chamado "G8" peemedebista no Senado.
Alinhado com a oposição, Jarbas já assinou o requerimento de instalação da CPI. Simon, que prometeu esta semana pedir o afastamento do ministro em discurso na tribuna do Senado, disse durante o jantar que vai esperar as explicações de Palocci antes de tomar sua decisão sobre a comissão parlamentar de inquérito.
A oposição espera a adesão de pelo menos parte do G8 à CPI para conseguir instalar a comissão para investigar Palocci. DEM e PSDB reuniram 19 das 27 assinaturas necessárias para que a comissão saia do papel. Também são esperadas outras dissidências da base de apoio do governo no Senado, como os senadores Pedro Taques (PDT-MT) e Ana Amélia Lemos (PP-RS).
TELEFONEMA
Temer conversou na manhã de hoje com a presidente Dilma Rousseff, por telefone, para fazer um relato do jantar. A presidente ligou para o vice com o objetivo de convidá-lo para um encontro, na noite de hoje, com ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Temer aproveitou o telefonema para relatar o conversa com a bancada no Senado.
Dilma espera afinar o discurso com os peemedebistas depois da derrota do governo na Câmara durante a votação do Código Florestal, onde emenda apresentada pelo PMDB concedeu anistia a desmatadores --numa orientação contrária à do Palácio do Planalto.
A bancada do PMDB no Senado almoça amanhã com a presidente. Os peemedebistas dizem que não fecharam uma "agenda de reivindicações" para ser apresentada a Dilma. Prometem ouvir o que Dilma tem a dizer sobre o partido, sem a cobrança imediata de cargos ou reclamações pré-colocadas sobre a relação do Palácio do Planalto com a bancada do partido no Senado.
Na prática, porém, os peemedebistas admitem que vão aproveitar o encontro para apresentar as principais reivindicações da sigla à presidente --mesmo sem uma agenda pré-definida no jantar com Temer.
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