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27/06/2011 - 13h22

Novo diretor da FAO diz que decisões do STF 'não são discutíveis'

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DA ANSA, EM ROMA

O brasileiro José Graziano da Silva, novo diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação), afirmou nesta segunda-feira que as decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) "não são discutíveis", ao comentar sobre a decisão da corte brasileira em libertar o italiano Cesare Battisti.

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Moacyr Lopes Junior-7.fev.2010/Folhapress
O brasileiro José Graziano da Silva foi o candidato mais votado para presidir a FAO, derrotando o espanhol Moratinos
O brasileiro José Graziano da Silva foi o candidato mais votado para presidir a FAO, derrotando o espanhol Moratinos

Em Roma, onde está localizada a sede da agência da ONU, ele contou que há um "ditado" referente às decisões do STF, assim como as "da avó", de que não se pode "dizer não" e disse achar que isso "vale também para a Itália".

Ex-coordenador do programa Fome Zero, no governo Lula, Graziano atestou que a Itália e o Brasil são dois países soberanos que têm uma tradição de respeito recíproco, e contou lhe parecer que as relações diplomáticas entre as duas nações são boas.

A sentença do STF em reconhecer como legal a decisão do ex-presidente Lula de manter Battisti no Brasil e em libertar o ex-ativista de esquerda foi repudiada pelas autoridades italianas, que anunciaram que levarão um recurso para o Tribunal Internacional de Justiça, em Haia.

Battisti foi condenado à prisão perpétua em seu país de origem por quatro assassinatos ocorridos na década de 1970, quando integrava o grupo PAC (Proletários Armados pelo Comunismo). Ele foi preso no Brasil em 2007 e, no ano seguinte, recebeu o status de refugiado político.

Lula baseou sua decisão de não-extradição em um parecer da AGU (Advocacia-Geral da União), a qual sugere que o italiano sofreria perseguição política se voltasse à Itália. As autoridades de Roma, porém, dizem que a decisão foi 'política' e cogitam ações, como suspender a participação do país nos Jogos Mundiais Militares.

FAO

A escolha de Graziano foi decidida ontem na 37ª sessão da FAO, ocorrida em Roma, onde é sediada a agência.

O brasileiro foi eleito com 92 votos dos 180 países-membro, no segundo turno da votação, quando enfrentou o ex-chanceler da Espanha Minguel Angel Moratinos --que recebeu 88 votos.

Graziano, que tem dupla nacionalidade por conta de seus parentes nascidos na região da Calábria, disse que só encontrou um problema na renovação de seu passaporte italiano, mas afirmou que, à parte isso, está tudo bem com o governo italiano.

Ele acrescentou que lutará para recuperar sua identidade italiana, afirmando que gosta do país, do macarrão, e ainda gesticula como italiano.

 

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