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06/07/2011 - 20h15

Para oposição, queda de ministro não pode pôr fim às investigações

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MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO

Parlamentares da oposição afirmaram nesta quarta-feira que é preciso evitar que a demissão do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, encerre as apurações sobre as denúncias sobre o suposto esquema de cobrança de propina na pasta.

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Em nota publicada, o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno, afirmou que "essa armadilha montada no Ministério dos Transportes para desviar dinheiro público precisa ser desarmada".

Bueno lembrou que, em seis meses de governo, a presidente Dilma Rousseff perdeu dois ministros por conta de denúncias de corrupção. O outro foi Antonio Palocci, que deixou a Casa Civil depois de a Folha revelar que ele aumentou seu patrimônio em 20 vezes enquanto foi deputado federal.

"Se Dilma não assumir definitivamente uma postura ética, de boa gestão e de condução política adequada, sendo a principal articuladora, em vez de ficar tão distante do que acontece na política, com certeza teremos que enfrentar outras crises pela frente", afirmou Bueno.

Para o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), a saída do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, não elimina a necessidade de investigação sobre as denúncias publicadas na revista "Veja".

"Há fortes indícios de que existe um mensalão no Ministério dos Transportes e a saída do ministro não pode ser um ponto final na história. O Ministério Público precisa investigar, mensurar a extensão dos danos à sociedade e pedir o ressarcimento aos cofres públicos dos recursos que possivelmente foram desviados", disse o líder.

De acordo com Nogueira, a queda do segundo ministro em um intervalo de um mês é ruim para o país. "Nesses seis meses, o governo gastou muita energia tentando estancar as crises e paralisou suas ações. Os investimentos estão travados. O custo dessas crises para o país é altíssimo", disse.

CPI

O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), também defendeu a continuidade das investigações. "Se foi exonerado do ministério dos Transportes por corrupção, não pode ser senador", afirmou ele em nota, na quarta-feira.

Freire defendeu a abertura de um processo no Conselho de Ética do Senado para Alfredo Nascimento, que se afastou do cargo de senador para assumir o ministério.

O deputado da oposição também apoia a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar as denúncias, e quer que Nascimento explique, na Justiça, o escândalo envolvendo o filho dele, Gustavo Morais Pereira.

Segundo o jornal "O Globo", Pereira teve o patrimônio aumentado em 86.500% entre 2005 e 2007.

O Ministério Público começou a investigar o escândalo por causa da triangulação entre a empresa de Gustavo, a Forma, e a SC Carvalho Transporte e Construções, beneficiária do Ministério dos Transportes e maior doadora para a campanha eleitoral do ministro Nascimento.

 

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