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12/08/2011 - 11h30

Cardozo diz que não foi informado de operação com antecedência

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NATUZA NERY
DE BRASÍLIA

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reagiu às alegações de que ele sabia, com antecedência, da Operação Voucher.

"Eu, como ministro da Justiça, tenho o dever de cumprir a lei. Portanto, eu jamais poderia ser informado da operação previamente, sob pena de configuração de crime", disse ele à Folha, referindo-se à ação da Polícia Federal que, na última terça-feira, prendeu 36 pessoas suspeitas de envolvimento em esquema de desvios de recursos públicos no Ministério do Turismo.

Sobre as críticas de que ficou calado ao saber da operação, Cardozo foi taxativo: não quebrou e não quebrará o sigilo de operações da PF, independente da extensão do caso.

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Marcelo Camargo - 18.mai.2011/Folhapress
O ministro da Justiça disse que não quebrou e não quebrará sigilo de operações da Polícia Federal
Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que não quebrou e não quebrará sigilo de operações da Polícia Federal

A operação prendeu parte da cúpula do Ministério do Turismo, entre elas pessoas ligadas ao PMDB, PT e PTB.

"Não esperem de mim outra coisa que não seja o respeito incondicional à lei", disse, lembrando que um delegado do alto escalão da PF já foi preso por tentar acesso a um inquérito sigiloso. Não é incomum o ministro da Justiça ser brifado sobre linhas gerais de operações 48 antes.

Segundo a Folha apurou, o ministro fora avisado no fim de semana anterior às prisões sobre uma operação no Ministério do Turismo, sem muitos detalhes. O Planalto afirma que a presidente Dilma Rousseff só ficou sabendo da Operação Voucher minutos antes de concluídas as prisões.

No passado, o próprio ex-presidente Lula afirmou ter sido avisado que a PF faria uma ação de busca e apreensão na casa de um dos seus irmãos. Ele alega jamais ter comunicado previamente o parente.

"Quem imaginar que respeitar a lei é um desmando ou um descontrole [da PF], está profundamente enganado", completou.

Outra queixa, essa feita dentro do Palácio do Planalto, foi a de que a condução da Operação Voucher cometeu excessos no uso de algemas e até mesmo em algumas prisões, consideradas injustas no meio político.

Questionado se essa também era sua avaliação, Cardozo disse que "se houver indícios, vamos investigar e, se provado, vamos punir".

Dilma irritou-se nas horas seguintes à deflagração da Operação Voucher ao ver nos jornais fotos de servidores algemados. Ele determinou investigação interna para apurar eventuais abusos. Na quinta-feira (11), a direção-geral da PF enviou ofício ao Ministério da Justiça relatando as razões para o uso de algemas. Argumentou que 19 dos 35 presos foram algemados não no ato da prisão, mas ao serem transportados de avião ao Amapá, base da investigação.

A corporação cita norma internacional segundo a qual policiais não podem estar armados durante o voo. Conforme o relato da PF, a regra obriga policiais a viajarem desarmados durante ações oficiais e, em razão da exigência, são obrigados a entregar munições e armas ao responsáveis pela aeronave. Daí a decisão, explicou o órgão, de imobilizar as mãos dos 19 presos para evitar risco à integridade física dos passageiros, inclusive dos detidos.

Na resposta ao ministério, a Polícia Federal mostrou uma série de quatro fotos. Em três delas, o secretário-executivo do Turismo, Frederico Costa, aparece sem algema. Na foto em que está algemado, a imagem mostra um avião ao lado.

 

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