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Polícia suspeita que políticos encomendaram morte de radialista
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KÁTIA BRASIL
DE MANAUS
O radialista brasileiro Vanderlei Canuto Leandro, 33, assassinado no início deste mês em Tabatinga (AM), na fronteira com a Colômbia e com o Peru, pode ter sido vítima de um crime encomendado por políticos locais, segundo a Polícia Civil do Amazonas.
Sem citar nomes, o delegado Jaime da Silva Ferreira disse à Folha nesta quinta-feira (15) que pessoas "ligadas ao Executivo e ao Legislativo municipais" são investigadas por serem "supostos mandantes" do assassinato.
Leandro, que também era presidente do sindicato dos mototaxistas, foi morto na noite do dia 1º de setembro com oito tiros disparados por dois homens, que fugiram em uma motocicleta.
O radialista vinha denunciado em seu programa "Sinal Verde" suspeitas de corrupção envolvendo a administração do prefeito de Tabatinga, Saul Nunes Bemerguy (PR).
Além de se manifestar contra o prefeito no programa, transmitido pela rádio Fronteira, da cidade peruana de Santa Rosa (vizinha a Tabatinga), o radialista também fez denúncias contra Bemerguy no Ministério Público do Amazonas, no Ministério Público Federal e na Polícia Federal.
Segundo a PF, o prefeito também registrou ocorrência afirmando que o radialista organizava um protesto para incitar a população contra ele. Como o caso não era da esfera federal, a PF não abriu investigação.
O crime provocou comoção em Tabatinga. A Polícia Civil, que só tem uma equipe de quatro investigadores, diz que não tem pistas dos autores dos disparos.
Segundo o delegado Ferreira, devido ao indício de envolvimento de pessoas do Executivo municipal, o inquérito policial --que tem mais 15 dias para ser concluído-- deverá ser enviado ao Tribunal de Justiça do Amazonas em razão de foro privilegiado.
"Uma vez que existe o indício de pessoa do Executivo, o inquérito será submetido ao TJ", afirmou.
REAÇÃO
A morte de Canuto provocou reação de organizações internacionais que combatem a violência contra jornalistas. O Comitê para a Proteção dos Jornalistas cobrou das autoridades brasileiras "exaustiva apuração do caso".
A entidade Repórteres Sem Fronteiras fez referências às denúncias que o radialista fazia contra o prefeito. "A pressão política, tradicionalmente forte nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, é muitas vezes sinônimo de lentidão, ou mesmo de impunidade, em casos desse gênero", disse.
A reportagem não localizou o prefeito Saul Bemerguy para falar sobre o caso. Em entrevista à imprensa local, ele negou envolvimento na morte do radialista.
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