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Crise internacional já reflete nas transações brasileiras, diz BC
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SHEILA D'AMORIM
DE BRASÍLIA
A crise financeira internacional já está se refletindo no resultado das transações do Brasil com o resto do mundo. Em setembro e nos dados parciais de outubro do Banco Central, as vendas e compras de produtos no exterior, que vinham subindo fortemente, mostram uma desaceleração comparativamente aos mesmos meses de 2010. O mesmo ocorre com os gastos de brasileiros em viagem lá fora.
Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel, esse comportamento retratado nas estatísticas apresentadas há pouco pelo BC, já é um "indício de arrefecimento do crescimento global".
Gasto do brasileiro do exterior recua mais em setembro, diz BC
O técnico do BC explica que quando se analisa os números abatendo ajustes sazonais, o impacto fica mais evidente. Segundo ele, o maior impacto da crise no Brasil se dará no comércio. "O setor de manufaturados, por exemplo, ainda não se recuperou da crise de 2008 e vai sentir", exemplifica, ao observar que as commodities não são o único ponto de contágio para o Brasil.
Do lado das importações, "bens de investimento [como máquinas e equipamentos] são sempre sensíveis", diz. Segundo Maciel, os números referentes às transações com o exterior, de uma forma geral, ainda apresentam crescimento, mas num ritmo bem menor do que vinha sendo verificado.
"Quando revisamos a nossa projeção para o saldo comercial [do ano] em setembro, fizemos com base nos dados já ocorridos", justifica. Daqui para frente, a previsão é que se acentue a desaceleração das vendas externas, fruto do menor crescimento mundial. No entanto, como a economia brasileira continua crescendo, as importações também estarão em alta. "Mas isso, num ritmo mais moderado."
Já no fluxo financeiro, o impacto é considerado pequeno pelo BC. Isso apesar do crescimento de 20% nas remessas de lucros e dividendos entre setembro do ano passado para este ano, depois de uma forte alta em agosto. Normalmente, em momentos de crise, as empresas costumam remeter dinheiro das praças mais rentáveis para cobrir prejuízos nas matrizes. "Isso foi observado na crise de 2008, mas não estamos sentindo agora", afirmou Maciel.
Ele admite, no entanto, que o crescimento das remessas de lucros e dividendos pode não ter crescido tanto em função de a taxa de câmbio não estar favorável como no primeiro semestre. Com o real desvalorizado, na hora em que a empresa converte o lucro registrado no Brasil para dólares, obtém um volume menor de recursos.
Essas remessas, porém, tendem a aumentar com a proximidade do fim do ano e fechamento dos balanços contábeis das empresas aqui e lá fora. "Dezembro deve ser mais acentuado", afirma Maciel.
A desvalorização do real, segundo ele, também teve efeito nos gastos brasileiros em viagem ao exterior. "É [um item] muito sensível a mudanças nos câmbio. As pessoas tornam-se mais cautelosas", argumentou.
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