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Estilista francês continua legado em grife da ex-princesa belga

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O trabalho dele é envolver mulheres. Aos 45 anos, o francês Yvan Mispelaere foi escolhido pela estilista Diane von Furstenberg, 65, para continuar o seu legado, um dos mais expressivos do mundo da moda, "o do prazer de vestir uma roupa e sentir-se bem dentro dela", resume ele à Serafina.

A grife da ex-princesa belga -que completa 40 anos em 2014- tem um ícone da moda entre suas criações: o vestido envelope. Criado em 1973 pela estilista, o "wrap dress" é um dos modelos mais copiados por redes de "fast fashion" e um dos poucos a vestir massa e realeza. Kate Middleton tem vários no armário. A cabeleireira Monalisa, da novela "Avenida Brasil", também. Seu sucesso pode ser comparado ao das camisas polo Lacoste ou ao dos casacos de "tweed" Chanel.

"É uma roupa que celebra o corpo da mulher e não o aprisiona. É uma espécie de símbolo de liberdade e sensualidade", diz Yvan. "Entreguei às mulheres o que queriam vestir naquela época: uma peça prática que pudessem usar no trabalho sem perder o prazer de serem mulheres", completa a criadora do vestido, por e-mail.

Esse prazer, segundo Yvan, varia de acordo com a nacionalidade da cliente. E é aí que esse francês nascido em Caen, na Normandia -e que já passou pela divisão de alta-costura da Prada e pelo prêt-à-porter da Gucci-, destaca-se.

Martin Schoeller
Francês Yvan Mispelaere ocupa agora o posto de direto criativo da grife DVF, da estilista belga Diane von Furstenberg
Yvan Mispelaere ocupa agora o posto de direto criativo da grife DVF, da estilista belga Diane von Furstenberg

"As americanas gostam de mostrar as pernas, mas não de exibir o busto. Já as francesas adoram decotes, mas escondem a parte de baixo. As brasileiras gostam de aparecer, são atraídas pela leveza do vestido e por suas cores vibrantes", acredita o estilista. "Respeito essas particularidades e, assim, direciono o meu olhar."

A fórmula tem dado certo. A DVF chegou ao Brasil, em 2010, com uma única loja, no shopping Iguatemi, em São Paulo. E já ficou em segundo lugar entre os endereços da grife que mais vendem no mundo.

Em 2011, superou a sede nova-iorquina, no bairro Meatpacking, em volume de vendas. Um "wrap" de jérsei, na altura do joelho, chega a custar até R$ 1.500 por aqui. O longo, R$ 2.300.
A pressão por suceder a estilista -atual presidente do Conselho de Designers da América- não assusta o francês. Mas ele tremeu na primeira vez em que ela ligou para seu celular pedindo um encontro, em 2010. A identificação foi imediata e, em seguida, ele entrou para a empresa de Diane como seu braço direito. "Viemos de lugares próximos, temos gostos parecidos. Não tinha como dar errado", conclui ela.

"A ideia de conhecê-la me deixou em êxtase. Para um designer francês, acostumado ao mercado europeu, mais tradicional e com menos oportunidades que o americano, foi um presente", conta.

MUNDO EMBRULHADO

Yvan é um dos nomes da nova geração de estilistas desconhecidos convidados a assumir grifes renomadas. No mesmo caminho, a dupla italiana Pier Paolo Piccioli e Maria Grazia Chiuri passaram a chefiar, em 2008, a grife Valentino. Em 2011, o francês Olivier Rousteing assumiu a Balmain. A diferença, talvez, esteja no tino para os negócios.

"Nos EUA, se o estilista não traz resultados financeiros imediatos, é demitido. Na Europa, há um consenso de que moda é beleza e criatividade. O lado mercadológico não está em primeiro plano", explica. "Nos EUA, há uma percepção maior sobre o quanto a roupa vale e se o preço cobrado por ela é justo", completa.

Sobre os mercados emergentes -novo objeto de desejo das marcas chiques-, Yvan é objetivo. "A sede por itens de luxo é maior em países como China e Brasil. Neles, vale mais o 'eu posso ter' do que qualquer outra coisa. As brasileiras querem aparecer", define.

E ele acredita ter a receita para isso. Assim que termina a entrevista, ele vai se encontrar com Diane para discutir a coleção de verão 2013, que será apresentada na próxima semana de moda de Nova York, em setembro. "Vou escolher agora as próximas estampas da grife", orgulha-se.

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