Serafina
Com duas bandas, filho de Lenine se prepara para 'voar' sozinho
A andorinha tatuada no braço tem a ver com o momento atual de Bruno Giorgi. Recém-separado de um namoro que começou aos 14 anos e durou uma década, ele se prepara para outro voo solo: morar sozinho.
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Bruno nasceu e foi criado no bairro da Urca e sempre morou com os pais, o músico Lenine, 53, e a produtora de TV Anna Barroso, além dos dois irmãos, João, 32, e Bernardo, 18, o mais novo. Cada um assina com um sobrenome. João é Cavalcanti, e Bernardo é Pimentel.
Mas, mesmo em casa e no mesmo ofício do pai, Bruno criou sua própria identidade. Aos 24 anos, acumula os créditos de guitarrista, compositor e produtor de bandas, como a Casuarina, do irmão João.
Produziu o último álbum do pai, "Chão", colaborou na trilha do telefilme "Amor?" (2009), de João Jardim, e compôs a canção "Aquilo Que Dá no Coração", tema da novela "Passione" (2010), de Silvio de Abreu.
Gustavo Pellizon | ||
Bruno Giorgi, 24, filho de Lenine, foi criado entre os estúdos e coxias dos palcos onde o pai se apresentava |
A próxima colaboração entre os dois servirá de base para o novo espetáculo do Grupo Corpo, com estreia prevista para 2013. A trilha foi testada dias antes da conversa com Serafina.
"Foi tenso", diz. Mas a música foi aprovada por Rodrigo Pederneiras, criador e coreógrafo da companhia de dança mineira. "Agora é só fazer ajustes."
E isso é com ele mesmo. Quando era criança, passava várias tardes depois da escola em estúdio com o pai. Seu playground era entre fios, microfones, guitarras e amplificadores.
"Com nove, dez anos, Bruno se revelou um curioso. Pegava instrumentos que eu não usava e arrumava," conta o pai. Na adolescência, Bruno era fã de Nirvana e Sonic Youth. "Quando estava na fase mais grunge, meu pai me apresentou Clube da Esquina, Gilberto Gil, Taiguara. Pirei." E ampliou o leque de interesses musicais do garoto.
Hoje, os grandes ídolos são Radiohead, Peter Gabriel e Björk. "'King of Limbs' (2011), do Radiohead, é o que o 'álbum branco', dos Beatles, foi para os anos 1960 e 1970."
Entre os brasileiros, lembra Caetano Veloso, Milton Nascimento ("o Thom Yorke brasileiro") e Marcelo Camelo. "O último disco dele (`Toque Dela´, 2011) bateu brabo em mim. Pago um pau."
Na estrada com Lenine, na turnê de "Chão", o caçula da equipe divide sua atenção com outros dois projetos. Com amigos da sua idade, mantém as bandas Posada e o Clã e a Rua do Absurdo. A primeira é de rock e finaliza o álbum de estreia. A segunda, "que eu não sei definir", já está no segundo CD.
"O Bruno me surpreende o tempo todo. Ele não tem medo de dizer que não sabe. E, quando diz, é tipo: 'Me dá um tempo'. E vai lá e aprende", afirma o pai, orgulhoso da cria.
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