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Serafina

Cirque du Soleil lança filme em 3D com produção de James Cameron

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A americana Erica Linz treinou suas melhores acrobacias e fez todas as caras e bocas que podia, mas quase perdeu o emprego em sua primeira grande chance em Hollywood. No primeiro dia de gravação, conheceu um cara de camiseta azul nos bastidores. Ele se chamava Jim.

"Conversei com ele sobre tatuagens e mostrei fotos idiotas no meu celular." Quando o tal cara de camiseta azul saiu, ela ficou sabendo que ele era James Cameron, o diretor de "Avatar" e "Titanic". "Pensei: 'Ai, estou demitida!' Mas, no fim, ficamos amigos. Ele é um sujeito normal, fala das filhas, de filantropia e de causas ambientais."

Erica é a atriz principal, e James Cameron, um dos produtores do filme "Cirque du Soleil: Outros Mundos", que estreia em dezembro nos Estados Unidos e em fevereiro no Brasil.

O grupo canadense de teatro circense aposta na possível mina de ouro que pode surgir da junção da tecnologia 3D com sua franquia de sucesso, mesmo em tempos de crise.

O Cirque du Soleil fez de Las Vegas sua base. Há sete espetáculos em cartaz na cidade, sempre lotados de um público ávido por sua mistura de performances impressionantes, fantasias exóticas, histórias com pegada de conto de fadas e trilha sonora "new age". Outros 13 espetáculos da trupe viajam pelo globo.

Para estrear no cinema, o Cirque se valeu de duas outras grifes: James Cameron, que trouxe sua tecnologia 3D para fazer os artistas voarem em estilo Avatar sobre os espectadores, e Andrew Adamson, de "Shrek" e "As Crônicas de Nárnia", que escreveu e dirigiu a história para garantir que "não fosse um documentário, mas um filme de verdade" –como afirmou o produtor Jacques Méthé à Serafina.

"O 3D era o jeito de trazer os espectadores para perto da experiência ao vivo e levá-los a lugares que não veriam se estivessem só no show. Como se estivessem no palco, em cima do palco, em volta do palco...", diz Jacques. "James Cameron estava lá o tempo todo, pulando na piscina com uma câmera à prova d'água ou filmando suspenso a 30 metros de altura."

A história do filme parece ao mesmo tempo simples e confusa. Um casal apaixonado se separa e atravessa mundos tentando se reencontrar. Os mundos, sete nesse caso, são os espetáculos do Cirque du Soleil em cartaz em Las Vegas: "O", "KÀ", "Mystère", "Zumanity", "Love", "Believe" e "Viva Elvis".

"Não é confuso, é excitante", explica Jacques. "Cada show é tratado como um mundo separado. Nossos personagens levam a audiência nessa jornada. Como se alguém te levasse a várias lojas, museus ou festas na mesma noite. Funciona."

DO CIRCO À HOLLYWOOD

Assim como James Cameron, Serafina também passeou pelos bastidores do Cirque du Soleil em Las Vegas, onde aprendeu os princípios básicos da limpeza de maquiagem pesada com azeite de oliva, do campeonato de corrida lenta com o palhaço inglês Terry Bartlett e de se encostar em paredes invisíveis com o mímico alemão Benedikt Negro.

Ambos são artistas do espetáculo "O". Em cartaz há dez anos com o Cirque, Benedikt, 33, diz que estranhou participar do filme.

"Tive que fazer movimentos mais contidos. Normalmente, eu foco no público, olho no olho de algumas pessoas. No filme, o palco era igual, mas o público não estava lá. Ou melhor, James Cameron e Andrew Adamson eram a audiência."

Mark Fellman/Divulgação
Cirque du Soleil Burlesco
Erica Linz (esq.), que era acrobata desde os 19 anos, em cena de Cirque du Soleil: Ourtros Mundos

De família circense, a brasileira Noara Mello, 30, também participa de "O" há dez anos, em números aéreos de trapézio, lira e tecido.

Participar do filme despertou na moça um desejo de mudar de ramo. "Deu vontade de fazer cinema, ser estrela de Hollywood. Quem sabe um dia..."

Não existe idade certa para se aposentar no Cirque, mas, dependendo da atividade, tem gente que pendura as sapatilhas por volta dos 30 anos.

Foi o caso de Erica Linz, 30, que virou a protagonista do filme, mas era acrobata do circo desde os 19.

"Quando você vive de alguém te carregar pelo pé, a coisa é complicada. Com a idade, a gente fica mais pesada e dificulta o trabalho do outro. Já não estou na forma perfeita."

Erica deu sorte de a produção do filme ter achado melhor ensinar artistas de circo a atuarem do que fazer estrelas de Hollywood se arriscarem em saltos mortais.

Mas sabe que está sujeita a muitas críticas em sua primeira experiência como atriz, já como protagonista.

"Meu aprendizado como atriz está no filme para o mundo ver. Fui melhorando ao longo das filmagens, mas no começo fiquei com muito medo", conta a caloura hollywoodiana.

"Sei que vou receber críticas. Mas, de vez em quando, tento lembrar: você pode me comparar a muitas atrizes, mas minhas piruetas serão sempre melhores que as delas."

VEJA O TRAILER DE "CIRQUE DU SOLEIL: OUTROS MUNDOS"

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