Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
Publicidade

Serafina

Chefs 'tops' fazem de Las Vegas novo polo gastronômico

Mais opções
  • Enviar por e-mail
  • Copiar url curta
  • Imprimir
  • Comunicar erros
  • Maior | Menor
  • RSS

O caminho de Las Vegas a Londres é curto e passa pela França. Ao entrar no hotel Paris Las Vegas, com uma grande réplica da torre Eiffel na frente, você atravessa um cassino cercado de casinhas "parisienses", cobertas por um céu azul de mentirinha, e, no meio de um monte de caça-níqueis, avista a placa: Gordon Ramsay Steak.

Daí, é só cruzar o túnel com cara de entrada de discoteca (que, dizem, faz referência à passagem que liga Paris a Londres) para chegar a um dos restaurantes mais badalados da atualidade.

O chef-celebridade britânico Gordon Ramsay, dono de 12 estrelas Michelin e dos programas "Hell's Kitchen" e "Kitchen Nightmares", abriu seu primeiro ponto na cidade, em maio.

Juntou-se a uma lista de top chefs, como Joël Robuchon, Alain Ducasse e Guy Savoy, que transformaram Las Vegas em um dos poucos lugares onde é possível fazer um tour por vários restaurantes estrelados em poucos dias (e sem sofrer muito para conseguir reserva).

Após cruzar o suposto túnel do canal da Mancha, o visitante cai num restaurante com cara de inferninho, luz baixa, decoração escura (ao contrário da maioria das casas de Gordon, clara e "clean"), néons e fotos do próprio chef nas paredes.

Garçonetes de microvestidos pretos, com transparências e paetês, desfilam entre as mesas ao som de "Anarchy in the UK", dos Sex Pistols.

Sem reserva, consigo um lugar no balcão e minha vizinha puxa assunto: Lori Soto viajou a Vegas para comemorar o aniversário da filha de 21 anos, mas deixou a menina com as amigas para conhecer o restaurante.

"É tão caro aqui!", assusta-se, enquanto tira fotos dos pratos para postar no Facebook e "dar inveja no marido". O "steak", carro-chefe da casa, vai de R$ 125 a R$ 220, e o clássico "fish and chips" (peixe e batata, ambos fritos) custa R$ 84.

"Paguei R$ 36 na taça de vinho, mais do que pago numa garrafa", conta ela, que diz fazer parte de um "clube do vinho" na vinícola de Francis Ford Coppola, na Califórnia.

"Vocês assistem a 'Hell's Kitchen' no Brasil?", indaga Lori. "A chef está ali cozinhando." Obviamente, Gordon Ramsay não pilota os fogões em Las Vegas (nem os outros top chefs).

Mas, para representá-lo, deixou sua foto em um enorme arco do triunfo e outra celebridade em seu lugar. Christina Wilson, vencedora da décima edição do programa, virou "head chef" da casa e, em seu primeiro dia de trabalho, passou horas dando autógrafos a fãs.

Gordon, pelo jeito, tomou gosto pela cidade. Vai lançar um "gastropub" ainda neste ano, com garçonetes vestidas com espartilhos desenhados pela estilista da série "Mad Men", e uma casa de hambúrgueres em 2013.

BICO FINO

O francês Alain Ducasse afirmou recentemente que, de seus 24 restaurantes em oito países, o de Las Vegas é o mais lucrativo. Outro francês renomado, Joël Robuchon, que ostenta o maior número de estrelas Michelin, 28, mantém em Las Vegas seus dois únicos restaurantes no continente americano.

Eles ficam lado a lado, no hotel MGM Grand, onde dividem espaço obviamente com um cassino mas também com um espetáculo do Cirque du Soleil, com o mágico David Copperfield e com lutas de UFC.

Flávio Scorsato
Claude Le Tohic, o chefe que põe a mão na massa no restaurante de Robuchon em Las Vegas
Claude Le Tohic, o chefe que põe a mão na massa no restaurante de Joël Robuchon, em Las Vegas

"Ó, meu Deus, o que é isso?", escuto um casal americano, saído da bilheteria do Cirque, observando o cardápio exposto na frente do restaurante
Joël Robuchon.

"Isso não é para o nosso bico." No restaurante mais caro do chef, os menus vão de R$ 250 a R$ 500. A "hostess" explica que esse tipo de cliente raramente entra no local. "É difícil recebermos 'curiosos'. Nossos clientes viajam para Las Vegas só para comer aqui."

No Robuchon fino, com decoração clássica e enormes lustres de cristais, é mais difícil conseguir lugar e é preciso se arrumar com alguma elegância.

Para um jantar mais descontraído e garantido, é melhor apostar no Robuchon mais "simples" e em conta, o L'Atelier, onde os menus vão de R$ 160 a R$ 320.

Em meio à decoração "clean" em preto, que contrasta com o acarpetado e multicolorido cassino ali fora, são servidos sopa de lagosta com ervilhas crocantes, flocos de bacalhau com brandade de ervas finas e ganache de chocolate com mirtilos frescos.

Robuchon não é uma celebridade tão pop como Gordon Ramsay entre os americanos. Mas tem grande apelo entre os gourmands.

O garçom, descendente de filipinos, conta que a maioria dos clientes vem da França e do Japão. E do Brasil? "Acho que só você..."

Mais opções
  • Enviar por e-mail
  • Copiar url curta
  • Imprimir
  • Comunicar erros
  • Maior | Menor
  • RSS

Livraria da Folha

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Envie sua notícia

Siga a folha

Livraria da Folha

Publicidade
Publicidade
Voltar ao topo da página