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Serafina

Filha 'espelho' de Meryl Streep não quer ser lembrada só por causa da mãe

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Seu rosto é como um exame de DNA: os olhos, a boca e o nariz, principalmente, dizem exatamente de onde ela veio. Melhor, de quem veio. Mamie Gummer é o retrato mais jovem da mãe.

Basta assistir a "Kramer vs. Kramer", de 1979, quando Meryl Streep tinha os 30 anos que a filha está prestes a completar, para confirmar a semelhança.

Para uma jovem em início de carreira e que tenta fazer um nome a partir do próprio trabalho, ser filha da maior atriz da atualidade não é exatamente uma vantagem. "Ter de responder a esse tipo de pergunta, sobre a minha mãe, na verdade, é o grande ponto negativo", diz, com ar de piada.

Rennio Maifredi
Mamie Gummer, assim como seus dois irmãos, optou por seguir os passos da mãe na arte dramática
Assim como seus dois irmãos, Mamie Gummer, 30, optou por seguir os passos da mãe na arte dramática

Para evitar o título de "filha de Meryl Streep", Mamie foi cautelosa. Sempre soube que queria ser atriz, e os vídeos caseiros não a deixam mentir. Mas, em vez de começar a atuar na infância ou na adolescência, como é comum na profissão, estudou.

Graduou-se em teatro na prestigiosa Northwestern University, em Chicago –"nunca fui uma nerd, mas sou inteligente"–, e jogou-se na cena de Nova York, "on" e "off Broadway", encarando textos clássicos como "Tio Vânia", de Tchékhov (1860-1904), em que contracenou com Maggie Gyllenhaal, e "Ligações Perigosas", de Pierre de Laclos (1741-1803).

Salvo uma participação em "A Difícil Arte de Amar" (1986) –em que, aos três anos de idade, interpretou o bebê de cabelo cenoura da personagem de Meryl–, o primeiro trabalho filmado foi uma participação no curta "Reservations", em 2003.

"Demorei porque queria fazer direito. Eu sempre soube das reações que as pessoas inevitavelmente teriam por eu ter saído de onde saí. Eu queria aprender o máximo possível sobre teatro, subir ao palco em Nova York. Queria ter certeza de que, ao entrar no negócio, teria as ferramentas para executar essa arte. E aqui estou eu", afirma.

Aqui, mais precisamente, é a televisão. Mamie protagoniza uma nova série na TV norte-americana, "Emily Owens M.D." (com previsão de estreia no Brasil em 2013), em que interpreta uma médica atrapalhada.

Por conta da produção, que tem Vancouver como locação, a atriz fica longe por meses da casa no Brooklyn onde vive com o marido, o ator Benjamin Walker ("Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros"), e um cãozinho vira-lata.

Deixou também, a princípio temporariamente, a cena social nova-iorquina, da qual havia se tornado habituée nos últimos meses. Mamie estreou recentemente no ofício de "uma das mulheres mais bem vestidas", com aparições em bailes de gala e desfiles de grandes marcas, geralmente acompanhada de sua irmã Grace, também atriz.

Divulgação
Mamie Gummer (esq.) no papel de uma médica atrapalhada em "Emily Owens"; série deve estrear no Brasil em 2013
Mamie Gummer (esq.) no papel de uma médica atrapalhada em "Emily Owens"; série deve estrear no Brasil em 2013

"Quando eu estava vivendo em Nova York e não estava atuando, era apenas um jeito de trabalhar. Era alguém que me pedia para eu aparecer em um lugar, em um certo horário. E, quando não tem um trabalho, você quer muito esse tipo de compromisso", justifica.

Se Mamie seguir os passos da mãe, é provável que desapareça de vez das colunas sociais. Meryl sempre levou uma vida discreta e criou os quatro filhos com o marido, o escultor Don Gummer, fora da cena de Hollywood. Mesmo assim, três deles –Mamie, Grace, 26, e Henry, 33– optaram pela arte dramática como meio de vida. A caçula, Louisa, 21, ainda não decidiu sua profissão.

"Cresci em uma área rural e fui intocada pelo glamour da profissão. Acho que ter assistido ao jeito como minha mãe levou sua carreira me deu um grande modelo de como devo me portar e de como fazer as coisas do jeito certo. Espero que eu tenha aprendido."

Aparentemente, sim. Mamie é reservada e é difícil arrancar respostas um pouco pessoais da atriz. "Diferentemente da minha personagem, não gosto de colocar as cartas na mesa. Seguro firme o máximo possível."

Com algum esforço, descobre-se que tem o hábito de relatar ao marido como foi seu dia, que os melhores amigos são artistas e escritores com quem convive desde a época da faculdade, que tem como hobbies fazer ioga e comer -ama as ostras de Vancouver- e que gostou muito do livro "O Sentido de um Fim", de Julian Barnes.

Entre suas atrizes favoritas estão Amy Poehler ("Parks and Recreation") e Edie Falco ("Família Soprano" e "Nurse Jackie"). Do lado profissional, o papel dos sonhos seria uma personagem do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen (1828-1906), de "Casa de Bonecas" (1879).

PAPEL DE NAMORADA

Espera conseguir fazer peças de teatro no intervalo do seriado, se forem confirmadas novas temporadas, e continua a fazer testes para papéis que considera interessantes no cinema. Geralmente, vai acompanhada de Grace, que muitas vezes é sua concorrente. "Nos ajudamos muito. Se ela entra antes, fala como era o clima da sala. Se eu vou antes, falo como ela deve se vestir, o que fazer."

"Quando eu era mais jovem, só queria fazer teatro. Era onde me sentia mais confortável e viva. Mas, com o passar do tempo, pensando na vida, filhos, futuro, é importante ter um trabalho fixo. A TV é uma boa oportunidade para isso. E também, para atrizes, é onde estão os melhores personagens. Na maioria dos filmes, para a minha faixa etária, há apenas os papéis de namorada, que não são tão interessantes", diz a atriz, que também trabalhou em "The Good Wife" como uma advogada, antagonista da personagem de Julianna Margulies.

E, a longo prazo, o que espera da carreira? "Gostaria de pegar bons personagens, talvez atuar em lugares menores, em projetos independentes. Basicamente, não quero ser uma Bond Girl." Está aí um papel que sua mãe nunca interpretaria.

Rennio Maifredi
Aos 30 anos, a atriz pretende mostrar que tem mais em comum com a mãe, Meryl Streep, do que a aparência física
Aos 30 anos, a atriz pretende mostrar que tem mais em comum com a mãe, Meryl Streep, do que a aparência
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