Os irmãos Marcelo e Fernando Sommer sempre foram unidos. Na infância, gostavam de usar fantasias –como a de velha, com maquiagem feita de cola– para assustar as pessoas. Anos depois, os dois caíram no mundo da moda.

Marcelo, 45, trabalhou nas grifes Forum, Zoomp, Calvin Klein e Vila Romana. Em 1995, lançou sua própria marca, a Sommer, vendida em 2004. Hoje, é dono da Do Estilista.

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Fernando, 49, fez parte das equipes da Benetton e da Billabong e criou as marcas Ópera Rock e Cavalera, entre outras. Hoje, é sócio da balada Casa 92, em Pinheiros, e acaba de abrir o segundo clube, Balneário, no litoral norte de São Paulo. Nossa conversa rolou no quintal da Casa 92.

	Filipe Redondo
	Marcelo e Fernando Sommer sempre gostaram de roupas; a moda, que é trabalho de um, hoje é hobby do outro

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Como entraram na moda?

Marcelo – Comecei aos 16 anos, como office-boy, em uma joalheria. Logo, virei avaliador de joias. Gastava o salário em roupas. Aí, o Tufi [Duek, criador da Forum] me chamou para um estágio e não parei mais.

Fernando – Comecei na Fiorucci do shopping Iguatemi. Naquela época, era "hype" trabalhar em loja. Teve um "vestibular" para entrar. Eu era bom e logo virei supervisor comercial.

Qual é sua dica de estilo?

Marcelo – Gosto de ver misturas, como uma mulher usando roupas de brechó com sapato bom. E uma pessoa confortável dentro da roupa. Moda não tem nada a ver com grana.

Fernando – Eu também admiro quem é o que é. Gosto de quem se expressa por meio do que escolhe para vestir.

E a experiência de fazer coleções populares?

Marcelo – É muito legal. Você tem o desafio de criar uma roupa bacana e acessível ao mesmo tempo. Já fiz C&A, Riachuelo e agora estou no Extra.

Os dois gostam da noite?

Marcelo – Já saí o tanto que tinha que sair nessa vida. Minha marca estava associada à balada. Agora cansei.

Fernando – Amo a noite. Quando você tem casas noturnas, a ideia é vender felicidade.

Vocês são muito diferentes?

Marcelo – Está dando para perceber, né? Eu fujo das pessoas. Não consigo ter toda essa felicidade que ele tem.

Fernando – Tenho mesmo.

E no que se parecem?

Fernando – Na educação, na visão social, na índole...

Marcelo – E na paixão pela moda.

Um irrita o outro?

Marcelo – Somos companheiros, mas ele é muito falante. Vou me irritando e fico quieto.

Fernando – No telefone, quando falo demais, ele vai ficando calado e eu pergunto: "Já acendeu o sinal vermelho?" Mas somos fortes juntos.