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Serafina

Estrela de 'O Grande Gatsby', Leonardo DiCaprio não é mais o mocinho fofo de 'Titanic'

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Já faz mais de uma década desde que Leonardo DiCaprio afirmou, aos gritos, ser o "rei do mundo", na proa do Titanic –16 anos, para ser mais preciso. A afirmação, no entanto, nunca pareceu mais atual e verdadeira. DiCaprio sobreviveu aos anos de galã juvenil para se tornar um dos grandes atores de seu tempo. E mais ainda: um homem interessante.

Em 2013, Leonardo DiCaprio interpreta o sonho americano. A partir de maio, quando estreia nos Estados Unidos e no Festival de Cannes, o mundo o verá na pele de Jay Gatsby, protagonista de "O Grande Gatsby", de F. Scott Fitzgerald. O livro, adaptado e filmado em 3D por Baz Luhrmann ("Moulin Rouge"), chega ao Brasil no dia 14/6 e conta a história de um homem pobre que, após a Primeira Guerra, reinventa-se e enriquece ilegalmente para reconquistar sua paixão de juventude, Daisy Buchanan (Carey Mulligan).

A reaproximação entre os dois acontece quando Nick Carraway (Tobey Maguire), primo de Daisy e narrador do livro, aluga a casa vizinha à de Gatsby e fica amigo do milionário misterioso.

Em sua versão, Luhrmann reconstrói os anos loucos da década de 1920 pós-guerra e pré-crack da Bolsa com muito luxo sonoro e visual: cenários estonteantes, figurinos fantásticos e trilha sonora que emula o começo da era do jazz por intérpretes como Bryan Ferry, Lana Del Rey e Florence & The Machine -e que são o som das festas espetaculares que Gatsby monta para atrair Daisy.

"Meu primeiro pensamento sobre o projeto foi o quanto ele era ambicioso. É o grande romance americano! Encarna tantos ideais e crenças dos Estados Unidos, como a ideia de se transformar em qualquer coisa que se queira", diz DiCaprio, que, embora pareça ser talhado para o papel de camaleão, disse ver desafios no personagem.

"Ele é incrivelmente complexo, misterioso e pode ser interpretado de tantas maneiras... Eu o vejo como uma figura profundamente trágica", afirma.

LOTERIA

Tragédia à parte, DiCaprio, 38, tem pelo menos uma forte semelhança com Gatsby. No livro, os outros personagens sabem pouco do protagonista, mas não param de falar dele, gerando mil histórias diferentes sobre sua vida. No mundo real, o ator é conhecido por sua reserva: raramente comenta assuntos pessoais. O que se conhece é o que foi contado por namoradas famosas (geralmente modelos) ou por flagras de paparazzi.

À Serafina, ele diz que entende que a falta de privacidade é o preço que paga por ter a carreira que tem. Sua receita é tentar não ficar obcecado com o que dizem sobre ele. "Ficar pensando que não tenho privacidade seria uma tremenda perda de tempo. Eu foco nas coisas boas. E a parte boa é inacreditável: eu faço o que gosto todos os dias e, desde os meus 15 anos, nunca deixei de ter a sensação de que ganhei na loteria."

A ideia da loteria poderia sugerir que o sucesso do ator é um lance do acaso. Mas a carreira de DiCaprio é marcada por poucas e boas escolhas. Não faz mais que dois filmes por ano e, na última década, atuou em títulos de Steven Spielberg ("Prenda-me se For Capaz"), Quentin Tarantino ("Django Livre") e Christopher Nolan ("A Origem").

A seletividade, porém, não o impede de culpar o trabalho pelo fim de seus últimos namoros ("Seis meses em uma locação ou em algum lugar como o
Marrocos não é a melhor coisa para um relacionamento", disse à revista
"Esquire"). E concorda com a personagem de "Gatsby" que diz preferir festas maiores por permitirem mais intimidade. "Há alguns lugares e momentos em que isso realmente parece verdade. De algum modo, eu também me sinto dessa maneira, embora não seja um solitário."

A busca por intimidade talvez seja a explicação para a estranha opção pelo uso do 3D no filme. Apesar de o formato ter se popularizado com o objetivo de combater a pirataria e ser usado principalmente em franquias com forte apelo visual, em "Gatsby", segundo o ator, a ideia é passar a sensação de proximidade e de voyeurismo.

"Fitzgerald escreveu sobre esses personagens de um jeito tão íntimo que você quase se sente um 'voyeur'. Como leitor, você tem a sensação de ser uma mosquinha observando tudo. E, no cinema, por questões dramáticas, você se sente íntimo e entende melhor a relação entre os personagens. Quase conseguimos sentir o calor da sala em que eles estão."

Em seu próximo projeto, DiCaprio vai da Long Island de 1920 para a
Manhattan de 1990. Interpreta um corretor da Bolsa em "The Wolf of Wall Street", de Martin Scorsese, de quem virou ator-fetiche -estrelou "Gangues de Nova York" (2002), "O Aviador" (2004), "Os Infiltrados" (2006) e "Ilha do Medo" (2010).

De certa forma, os dois novos filmes giram em torno do mesmo tema e contam com elementos semelhantes. Em "Wolf", DiCaprio interpreta a história real de Jordan Belfort, que ficou bilionário da noite para o dia com esquemas de lavagem de dinheiro e fraudes a seguradoras, foi preso e hoje é escritor e palestrante motivacional.

"O filme é sobre o sonho americano sendo desviado e sobre como a ganância, o sexo e as drogas possuíram esse homem, que ficou fora de controle. É um dos mais ultrajantes e empolgantes filmes em que já trabalhei. Estou muito animado para que as pessoas vejam porque é simplesmente... sem-vergonha", diz o ator.

Considerando que acaba de interpretar um sádico senhor de escravos em "Django Livre", é de se esperar algo escandaloso. Mais um desafio sob medida para um homem interessante.

ABAIXO, ASSISTA AO TRAILER DE "O GRANDE GATSBY":

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