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Serafina

Grupo que revelou John Malkovich foi formado por bando de meninos com cara de mau

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Tudo começou assim: Gary Sinise estava matando tempo com seus colegas de banda no corredor da escola, em um subúrbio de Chicago, nos Estados Unidos. "Todos nós com cara de mau, usando roupas de maus, agindo como se fôssemos maus", conta. A professora de teatro passou por eles e teve a ideia de convidá-los a fazer um teste para a montagem escolar de "West Side Story": eram perfeitos, pareciam uma gangue.

Gary não sabia exatamente no que estava se metendo, mas resolveu ir, afinal, todas as meninas bonitas da escola também participariam dos testes. No entanto, apaixonou-se pela coisa, participou de todas as peças da escola até se graduar e, assim que se viu livre e solto na vida adulta, juntou-se a outros garotos loucos por teatro e montou um grupo.
O ano era 1974 e o grupo se chamava Steppenwolf.

Hoje, prestes a completar 40 anos, a companhia é uma das mais importantes dos Estados Unidos, com 43 integrantes e uma sede com três teatros perto do centro de Chicago. Acumula prêmios prestigiosos como o Tony e o National Medal of Arts, recebido em 1998 das mãos do então presidente Bill Clinton, e se prepara para inaugurar a temporada 2013-2014 apenas com estreias -duas locais, uma nacional e duas internacionais.

"O que mais mudou nos 20 anos desde que entrei foi a organização da companhia como uma instituição. Nos anos 1990, já era respeitada e havia ganhado prêmios, mas de lá pra cá conseguimos criar uma escola, um programa de estágio não só para atores mas também para produção e montar um espaço com 88 lugares para textos novos", afirma a diretora artística, Martha Lavey.

Por ano, geralmente, são 700 apresentações de 16 textos, clássicos e inéditos. Assim, em uma única temporada, é possível assistir a "A Festa de Aniversário", de Harold Pinter, e a "Belleville", da jovem dramaturga Amy Herzog.

No início, a ideia de Gary Sinise e dos companheiros fundadores, Terry Kinney (da série de TV "Oz" e mais recentemente de "Promised Land") e Jeff Perry (da série "Scandal"), era aprender fazendo.

FAMÍLIA

"Toda a minha educação de ator veio dos anos de escola e do Steppenwolf. Nos seis primeiros anos, não ganhamos dinheiro algum com a companhia. Todos tínhamos outros trabalhos para nos manter e à noite nos juntávamos para fazer teatro. Nós controlávamos tudo, escolhíamos o que seria montado, os nossos papéis e dirigíamos", afirma Gary.

Com o controle, veio a ideia de escolher apenas peças-desafio, que, segundo Gary, tornariam os integrantes melhores atores. Funcionou.

Além dele, o Steppenwolf formou nomes como John Malkovich, com mais de 80 filmes no currículo, e Joan Allen, uma das mais premiadas atrizes de teatro dos Estados Unidos.

Da primeira formação participou ainda Moira Harris, que se casou com Gary e esteve em cartaz até o fim de abril com "A Festa de Aniversário". No projeto, ela contracenou com a filha, Sophie Sinise, que estreava nos palcos do Steppenwolf.

"Há 15 anos, eu fiz a escolha de deixar o grupo para cuidar da minha família", conta Moira. "Agora, voltei e fui tão bem recebida que é emocionante. Eu só tenho boas memórias e gratidão pelo grupo. Fiz tanta coisa maravilhosa, divertida, éramos todos uns hippies loucos."

Para ela, a sensação de não ter perdido os laços com o grupo foi exemplificada pelo reencontro com John Malkovich, que veio a Chicago por um fim de semana, com a peça "The Infernal Comedy", em fevereiro. "Eu não o via há anos, mas ele é como um irmão. Ele apareceu no camarim e nós não nos desgrudamos."

Francis Guinan, no grupo desde 1979, concorda com a ideia de o grupo ser uma família. "Foi o melhor lugar em que trabalhei na vida. O ambiente é excelente e as pessoas são generosas e talentosas."

Integrante mais recente, Ian Barford, que foi estagiário em 1988, mas só se tornou membro oficial em 2007, é quem dá a melhor explicação do que faz o Steppenwolf especial: "Há uma ferocidade na companhia. E, claro, uma combinação de humor com intensidade emocional".

E o nome? Gary explica: "Quando chegou o momento de imprimir os programas da primeira peça, chegamos à conclusão de que precisávamos de um nome. Rick [colega de colégio] sugeriu o do livro que estava lendo, "O Lobo da Estepe" (steppenwolf), de Hermann Hesse.

Jeff Perry, outro dos fundadores, conta que, nos primeiros anos do grupo, os integrantes se cansaram de atender telefonemas de fãs. Mas não de fãs deles, e sim da banda de rock que tem o mesmo nome.

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