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Serafina

Serafina consulta astros, búzios e números para saber o que o futuro lhe reserva

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"Infelizmente, vou declinar a entrevista. Desejo sucesso, bj", escreveu a astróloga Maricy Vogel ao saber que o repórter era de áries. Ela, que já previu o futuro para gente como Bill Gates, nem chegou a ser convidada para fazer o mapa astral da Serafina. Não deu tempo.

A revista, taurina, nasceu numa manhã de 24 de abril de 2008. Eram sete da matina quando a equipe mandou para a gráfica o número inaugural, que iria para as bancas, no domingo, 27, com a modelo Letícia Birkheuer na capa.

Cinco anos se passaram sem que a publicação procurasse saber mais sobre seu futuro. Mas agora é hora. A revista dá de presente a si mesma consultas com oráculos que dirão de onde veio e para onde vai.

REVISTA SERAFINA/REVISTA SERAFINA

ASTROS

Susan Miller, a astróloga mais famosa do mundo, não se furtou a ver o horóscopo desta publicação. "A revista nasceu com Júpiter em capricórnio, o que é muito bom, porque é a casa das grandes ideias", analisa a criadora do site AstrologyZone.

Apesar de nunca ter lido a Serafina, Susan massageou o ego da redação. "Netuno está em uma posição muito boa, então vocês devem ter lindas fotografias." E completou: "Mercúrio é o planeta que traz as notícias, ele estava bem no horizonte quando a revista nasceu, o que significa que vocês devem ter repórteres muito rápidos".

Com a Lua em sagitário, existe também a possibilidade de a revista se expandir internacionalmente, segundo a astróloga. "Quem sabe nos EUA?", sugere.

E finalizou com um comentário superbacana: "Urano na casa das pessoas e da comunidade me diz que seu público é formado por pessoas criativas e brilhantes". Parabéns, leitor!

Já a análise da brasileira Lydia Vainer, 52, foi um pouco mais crítica. "A publicação sempre vai agradar as pessoas, mas o grande desafio agora é aparecer mais", arrisca a astróloga, que ajuda a marcar os dias certos para os desfiles da estilista Gloria Coelho e atende ao cantor jamaicano Jimmy Cliff por telefone.

Mas como aparecer mais, Lydia? Ela dá a receita: "A revista deveria falar sobre assuntos mais excêntricos, com personalidades mais escondidas".

Anotado, mais alguma sugestão? "Por ser touro com ascendente em touro, a revista é muito conectada aos cinco sentidos. Ela podia até ser mais ligada à gastronomia."

Lydia, no entanto, admite que pode se enganar. "É uma profissão muito binária: ou eu acerto ou erro. Sou muito avaliada pelo meus erros", diz. Ela, que se formou em psicologia, compara a profissão a uma análise com uma ousadia a mais, o que acarreta os tais deslizes.

BÚZIOS

Nem só de estrelas foram feitos os cinco finos anos. Para ter uma visão do futuro mais pé no terreiro, a revista foi catar conchinhas com o pai Toninho de Xangô num quintal da Barra Funda. O babalorixá viu Serafina com outra mulher quando abriu sua peneira.

"O santo que respondeu por ela no jogo de búzios foi Oxum. É uma revista com tendência à prosperidade. Mas, como Oxum é a vida, a mãe, é sempre preciso muita renovação."

Além de ser regida por um orixá feminino vaidoso, a publicação poderia mudar de dia, na opinião do adivinho. "Sábado é o dia da semana" para a revista que sai aos domingos. Quase lá.
Para traçar uma previsão mais exata, a aniversariante acabou no escritório do "engenheiro dimensional" Gilson Chveid Oen. Ele já mudou o nome de Sandra Sá para Sandra de Sá com uma teoria que começou a formular enquanto assistia a aulas de cálculo na PUC-Rio.

Para ele, denominações produzem campos de fótons que se incutem no cérebro das pessoas e se transformam em crenças. É por isso, defende, que Vincent van Gogh não fez sucesso quando vivo. "Eu poderia explicar cientificamente como funciona, se fosse o caso." E explicou. Mas o repórter não conseguiu entender.

NÚMEROS

Seja como for, a soma das letras que fazem o nome da revista é 1. "O 1 é o começo, então ela quer sempre fugir do conformismo, por mais que tenha que andar sozinha." Por isso, se fosse uma mulher que de fato saísse caminhando, Serafina seria perfeccionista e obstinada, "do tipo que acha uma agulha nas areias da praia". Eficiente, mas com um defeito: "Falta um pouco mais de feminilidade".

"Ser do número 1, entretanto, cria um campo de fótons que diz ao universo: 'Sou autossuficiente, não preciso de parceiros'. Por mais nariz empinado que seja, no fundo, não passa de uma garota hesitante. Como se andasse pelo mundo dizendo: 'Quem sou eu?'"

"Olha, para ser sincero, eu não teria dado esse nome, mas agora é deselegante dizer isso", diz Oen. Mas não estamos sozinhos: o "engenheiro dimensional" analisou a maioria dos nomes do país, e 95% deles são contraproducentes.

Mas ele vê saída: garante que a revista seria mais segura de si se tivesse um "g", um "p" ou um "y" atrelado. "Essas letras criam uma estabilidade."

Seraphina, portanto, é uma solução a se considerar. Ou Serafyna. Melhor ainda Seraphyna, não?

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