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Serafina

Conheça Thiago Amaral, indicado ao Prêmio Shell por interpretar coelho gay

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Thiago Amaral está quente. Deve beirar os 39 ºC de febre enquanto conversa com a Serafina num restaurante mineiro no bairro de Pinheiros.

"É que a onda está baixando agora", diz ele, dias depois de abrir um desfile da São Paulo Fashion Week e na rabeira de um ano em que esteve em ao menos dez palcos. O ator chega aos 30 anos como um dos mais profícuos de sua geração.

Estrelou "Ficção", peça de textos autobiográficos pela qual foi indicado ao Prêmio Shell de melhor ator.

Esteve também em "Experiência", espetáculo infantil dirigido por Cristiane Paoli Quito, como um cientista maluco que canta e dança para explicar às crianças temas como a evolução das espécies.

Mas não planeja parar na indicação ao prêmio Shell: está no cronograma do taubateano montar uma obra de artes plásticas para a galeria Vermelho.

E dar aulas, talvez, como já fez no Timor Leste, país miserável do Sudeste Asiático. "Voltei de lá e não conseguia sair de casa, não queria atuar. Tudo era desimportante." Nesse processo, demorou dez anos para se formar na USP. Quando por fim foi receber o diploma, estava sozinho. "Fingi que estava falando no celular, pra disfarçar, sabe?", ri ele.

THIAGO COELHO

Um animal orelhudo pode ganhar o Prêmio Shell deste ano. O Coelho da peça "Ficção" foi escolhido pelo júri como um dos destaques dos palcos em 2013.

Por baixo da pelúcia, está Thiago Amaral, que na peça narra seu maior trauma: a rejeição do pai por ser gay.

Ele tinha 20 e poucos anos quando, antes de abandonar a casa da família, em Taubaté, ouviu: "Você não corresponde ao meu projeto de filho. Eu esperava ter netos. Você não está pensando na minha alegria".

Enquanto escrevia a peça com o grupo Hiato, decidiu que seria este o tema.

Quebrou o silêncio de seis anos sem contato com o progenitor e fez um DDD.

Levou para o reencontro, no interior, um vinho e uma proposta de roteiro.

"Cheguei e disse: 'Olá, pai, tudo bom? Eu quero fazer uma peça sobre o que aconteceu com a gente'." A réplica: "Vamos virar a página, rir dessa história".

Durante a turnê, esteve com o pai quando ele andou de avião pela primeira vez. Cada um vendeu um apartamento que tinha e juntos compraram um terreno no centro de Taubaté.

Lá, abriram um estacionamento para ser fonte de renda e erigiram uma casa para o patriarca. "Quem sabe eu não moro lá um dia?"

THIAGO AMORAL

Não foi uma modelo que fechou o desfile de Fause Haten na última São Paulo Fashion Week.

De turbante e bata de lamê dourado, Thiago Amoral comandou uma turba de dançarinos com cara de indianos de boate em frente ao shopping Center 3, em plena avenida Paulista.

Enquanto dez dançarinos sacolejavam, modelos ficavam paradas como vários dois de paus portando criações.

"A gente não tinha autorização para fazer aquilo, eu estava bem tenso", conta o coreógrafo e bailarino Thiago.
Essa dança nasceu em 2012, quando ele passou uns meses na Índia.

Mas nada de ioga e tantra. "Fui sem a pegada de fazer um retiro. Queria é observar, ver caos." E caos viu.

Era parado nas ruas. "Foi o lugar em que mais sofri bullying na vida. Usava chapéu, que só homem usa, o terceiro olho, que só mulher usa, e bermuda, coisa de criança. Mas era uma delícia!"

Voltou do país com vontade de dançar como nos filmes de Bollywood.

Mas cairia bem para um ator de respeito? "Eu falo que é performance, vou lá e faço. Porque quero. E porque posso. Se eu estivesse preocupado com o que iam falar, ia ouvir que era uma bagaceira. Não importa. Vou e faço."

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