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Serafina

"Trabalhar com Paul McCartney foi aterrorizante", diz Mark Ronson

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Mark Ronson é interrompido por dois homens de bigodes descolados. "Ei, Mark, onde é a balada hoje?" O DJ e produtor inglês responde educadamente: "Vou jantar com minha mãe". Os rapazes ensaiam um "aaah" de decepção, mas ele logo se corrige. "Depois, eu não sei, me manda uma mensagem", diz, passando seu número de celular.

Todo mundo quer tirar uma casquinha do músico de 38 anos, famoso pelos artistas que já produziu (Amy Winehouse, Lily Allen e Adele) e pelas festas em que comandou o som, como os casamentos de Paul McCartney com Nancy Shevell e de Tom Cruise com Katie Holmes. Fashionista, ele é garoto-propaganda de perfume da Fendi. E também tem uma carreira solo: seu quarto disco deve ser lançado em outubro.

"Quero ser lembrado como produtor. Produzir é trabalho, tocar como DJ é diversão", diz Mark à Serafina. "Quero deixar um legado musical. E não dá para fazer isso como DJ, não fica para a posteridade", afirma o ganhador de quatro Grammys, dois deles pela parceria de sucesso com Amy Winehouse.

Em Vancouver, no mês passado, ele participou do TED, evento com grandes nomes da tecnologia, entretenimento e design. Tocou na festa de encerramento e deu uma palestra sobre a arte de "samplear", algo que, para ele, é mais do que "pegar emprestado".

"Você não consegue sequestrar a nostalgia. É preciso pegar um elemento e trazer algo novo", disse o produtor de cabelo penteado de ladinho, empapuçado de gel. "Sem a personalidade e as letras de Amy, por exemplo, sua música seria um velho soul R&B de merda."

Ele admitiu que estava nervoso ao subir ao palco do TED para discursar. "Foi um pesadelo, esqueci minhas falas, ficou tudo bagunçado", disse. "Trabalhar com Paul McCartney e fazer essa apresentação foram as coisas mais aterrorizantes em que eu já me meti."

O ex-Beatle é cliente recente. Mark coproduziu "New", o novo álbum de Paul, no ano passado. O convite surgiu após ele tocar no casamento de McCartney em 2011, poucas semanas depois de ele mesmo também se casar com a atriz e cantora francesa Joséphine de La Baume.

MÚSICA DE CASAMENTO

"Toquei um monte de Motown e rock antigo. Paul perguntou se eu queria ser pago e eu disse que não, que só queria, um dia, talvez, quem sabe, que ele tocasse baixo numa canção para mim", diz. "Acho que implantei na cabeça dele a ideia de trabalharmos juntos e, quando veio o disco novo, ele me chamou."

O veterano foi "doce e paciente". "Ele sabe que você está nervoso. Então, te dá uns três dias para você processar e depois você precisa mostrar a que veio", conta Mark. "Ele é o Paul, não precisa de produtor. Acho que gosta de ter parceiros inspiradores para trocar ideias."

Mark Ronson não confirma se o ex-Beatle vai atender seus pedidos e tocar como convidado em seu primeiro disco de estúdio desde 2010. "Tem tanta gente especial no álbum, mas é segredo, ainda não está pronto", diz. "Certamente, terá a musicalidade mais complexa da minha carreira. Você fica velho e seu gosto fica mais refinado." O produtor já esteve no Brasil como DJ e espera voltar. "Quero fazer direito, tocar com banda."

Pelos corredores do TED, Mark era visto conversando com o povo da tecnologia, como seu amigo Sean Parker, co-fundador do Napster e hoje no Spotify, um dos vários serviços que oferecem música na internet. Mas Mark não parece muito fã desse tipo de negócio.

"Eles precisam achar uma maneira de pagar mais aos músicos", reclama, relativizando na sequência, como um bom inglês educado. "Essas pessoas ajudam a indústria da sua maneira... Mas os artistas ainda recebem muito pouco."

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