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Serafina

Galeria em NY expõe obras de Andy Warhol baseadas em fotos de Jackie Kennedy

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Depois do assassinato do presidente americano John F. Kennedy, em novembro de 1963, Andy Warhol pintou compulsivamente centenas de retratos da primeira-dama, Jacqueline. Ao menos 309 deles são conhecidos. Foram feitos ao longo de 1964, a partir de fotografias publicadas pela imprensa. Warhol selecionou oito delas —de jornais e da revista "Life"— e concentrou-se no rosto de sua personagem.

Em seis das fotos, Jackie aparecia em situações públicas, na dignidade dolorida de seu luto: logo após a perda; durante a posse do vice Lyndon Johnson, no Air Force One; e, por fim, no funeral de Estado, em Washington, três dias depois do atentado. Em outras duas, ela sorria, ao lado do marido, na chegada a Dallas.

Warhol imprimiu as imagens em silk-screen sobre fundos coloridos e pintou os retratos entre maio e novembro. Muitos têm o mesmo formato retangular e aparecem repetidos em composições variadas -dípticos, trípticos e painéis.

A galeria Blain|Di Donna, em Nova York, localizada na sobreloja do lendário Café Carlyle, mostra (até 17/5) 23 dessas obras, postas à venda por colecionadores particulares. Estão cotadas entre R$ 2,5 milhões e R$ 22 milhões.

Jackie, das primeiras-damas norte-americanas, foi a mais elegante, atraente e midiática. Ao lado do presidente, jovial e bonito, simbolizou uma espécie de "realeza" da América triunfante e otimista que se ergueu no pós-Guerra. Como ele, ela descendia de irlandeses mas também de ingleses, escoceses e franceses. Gostava de escrever, era bela, sexy e altiva. Homens e mulheres a admiravam.

Jackie e JFK foram o primeiro casal católico a morar na Casa Branca. Warhol também era de família católica (de tradição ortodoxa) —e há quem veja nessas imagens alguma relação com as representações de santas.

Os retratos, de qualquer forma, não se equiparam aos de Marilyn Monroe ou Liz Taylor. Mais "conceituais" e de certa forma mais espessos, são, na realidade, retratos de retratos da mídia -o que transparece na textura, nos recortes e nos "defeitos" que remetem ao padrão gráfico do meio impresso.

Warhol certa vez disse que admirava Kennedy e que ficou abalado com a morte do presidente. Mas também se sentiu incomodado com a maneira como a imprensa, as TVs e as rádios "programavam todo mundo para se sentir triste". "Por mais que você quisesse tentar, não tinha como se afastar daquilo."

Suas Jackies, não por acaso, transcendem a celebração pop da diva glamourosa. Representações de representações serializadas, espelham o processo de saturação do mito pelos veículos de comunicação de massa —e permanecem como um retrato trágico e um tanto sombrio daquele momento histórico.

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