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Serafina

'Songs of Innocence' é dos melhores CDs do ano, mas longe dos clássicos do U2

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Há duas formas de avaliar "Songs of Innocence". Lado a lado com outros lançamentos do ano, figura entre os melhores. Uma coleção de canções que tem rocks notadamente mais vigorosos do que as baladas.

Mas, quando comparado a discos gravados pelo U2 nos anos 1980 e 1990, empalidece diante de hinos repetidos em shows por várias gerações, como "New Year's Day", "One" ou "Pride (In The Name of Love)".

É a mesma armadilha em que os Rolling Stones caíram. Um disco novo sai, todo mundo se empolga e gosta, mas uma audição mais apurada mostra que é mais do mesmo, que não se equipara aos clássicos da banda.

O U2 já lançou quatro álbuns neste século, e todos se parecem. Baladas épicas, letras que traduzidas para o português seriam classificadas como bregas e um ou dois rocks para levantar a plateia. Neste disco, "The Miracle (of Joey Ramone)" e "Volcano" cumprem essa função.

O que tem diferente de "All that You Can't Leave Behind" (2000) ou "No Line on the Horizon" (2009) é a maneira de Bono acertar contas com o passado nos versos. Há letras sobre sua mãe, os amigos de juventude, os ídolos da adolescência e outras confissões pessoais.

A falta de frescor musical talvez venha da inquebrantável formação da banda, o mesmo quarteto desde a reunião na escola, há 38 anos. Como um dos grupos mais longevos da história do rock com os mesmos integrantes, sair de uma zona de conforto pode ser difícil.

Cada um cumpre seu papel. Larry Mullen imprime um toque marcial na bateria, Adam Clayton insinua algum suingue no baixo e The Edge fica entre o etéreo e o épico, num jeito de tocar guitarra sem comparações. E Bono tem a voz certa, a postura heroica, o discurso que agrada.

Por tudo isso, é natural esperar mais da banda. Mas os discos realmente bons, para desviar os rumos do rock, não aparecem mais. Desde o esquisito "Pop" (1997) ou a obra-prima incontestável chamada "Achtung Baby" (1991).

A melhor coisa na compra do CD no novo álbum está entre as cinco faixas bônus. Uma delas é uma "faixona", de 22 minutos, com versões acústicas de várias músicas.

Algumas melodias são valorizadas neste formato, como "Every Breaking Wave", mas uma coisa incomoda. Reduzidas a uma instrumentação espartana, acabam soando como covers do Coldplay. É esta banda que sempre imitou a sonoridade do U2, mas a ordem dos fatores pode se alterar no inconsciente de quem escuta.

No fim das contas, é impossível não gostar de "Songs of Innocence". Comparado à cena atual, é um discão. Mas, na carreira do U2, é só mais um disco burocrático.

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