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Serafina

Quentin Tarantino e Joseph Gordon-Levitt investem em cinemas de rua

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Los Angeles é lar de uma das maiores lojas de discos do mundo. A Amoeba passa por cima de crises ou tendências porque virou programa turístico, um cartão-postal californiano. 

A resistência recompensa. Em 2014, a venda de discos em vinil duplicou em relação a 2013, enquanto CDs e MP3 oficiais viram os números caírem em 14%. Não importa se o vinil "orkutizou", o importante é essa tentativa de resgate cultural do que é analógico. E, nisso, Los Angeles sabe trabalhar como poucas cidades no mundo. 

Manuela Eichner

Na cidade, tudo indica que filmes em 35 mm, a película mais tradicional que existia antes da digitalização global, em breve serão o novo vinil. E os cinemas de rua serão as radiolas cool. O granulado e a troca de rolos serão os chiados e as trocas de lado do disco no futuro. Não parece fácil, considerando que a Kodak, último grande provedor de película, viu a demanda cair 96% desde 2006. 

Mas diretores como J.J. Abrams, Christopher Nolan, Judd Apatow e Quentin Tarantino estão bancando essa ressurreição dos filmes, fazendo campanhas nos estúdios e garantindo demanda para seus próximos projetos. Tarantino diz que prefere morrer a rodar em digital. 

Simultaneamente, os cinemas de rua de Los Angeles provam que podem virar novos pontos de encontro, independentemente do tipo de projeção. O Cinefamily, por exemplo, é mantido por meio de doações dedutíveis no imposto de renda, que vão de US$ 25 a US$ 5.000 —não importa o valor doado, o sócio entra de graça. E o corpo de diretores e conselheiros do cinema vai de executivos endinheirados a atores como Joseph Gordon-Levitt e Elijah Wood. 

A programação gira em torno de filmes alternativos, como "A Girl Walks Home Alone at Night", um faroeste iraniano com vampiros, e clássicos malditos. Por uma semana, o pai do ator Robert Downey Jr., diretor cultuado no underground dos anos 1960, teve sua carreira repassada no Cinefamily, com palestras com o cineasta Paul Thomas Anderson e o comediante Louis CK. Quase todos os eventos têm lotação esgotada. 

Já o New Beverly Cinema, uma casa dos anos 1920 que sediou apresentações de Dean Martin e Jerry Lewis, é um pouco mais radical. Comprada por Quentin Tarantino, a sala de rua trabalha apenas com filmes em 35 mm —a maioria é parte da coleção do seu dono.

O diretor assumiu a programação e institucionalizou a "sessão dupla": por US$ 8, o espectador pode assistir a "Sabotador" (1942) e a "Pacto Sinistro" (1951), de Alfred Hitchcock, ou a filmes porrada feitos em Hong Kong como "Super Man Chu: Master of Kung Fu" (1973) e "Duel of the Iron Fist" (1971). 

Outros cinemas de rua, como Los Feliz 3, Vista Theatre e Regent, equilibram lançamentos e filmes alternativos. Mas nunca deixam o ingresso barato (cerca de US$ 6) afetar a qualidade da projeção. Ao lado deles, bares e restaurantes surgem, e livrarias continuam abarrotadas. Algo parecido aconteceu em São Paulo com o movimento pela reabertura, em 2014, do hoje chamado Caixa Belas Artes, um dos cinemas de rua mais tradicionais da cidade. E outro bom exemplo a ser imitado.

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