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Serafina

Identidade brasileira volta ganhar força nas coleções de verão para 2016

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Por muitos anos os estilistas brasileiros negaram as raízes da "tropicalidade" nacional para agradar a uma clientela que recebia informações de moda importadas do hemisfério norte e queria ver esses códigos reproduzidos nas vitrines do Brasil. Os desfiles da temporada de verão 2016, porém, revelaram uma mudança de pensamento na execução das roupas.

Símbolos do sincretismo religioso da Bahia, mar, surfe, sereias, carnaval e tribos indígenas desconhecidas dominaram as passarelas dos dois últimos eventos de moda do país. As brasilidades apareceram em várias das apresentações da última São Paulo Fashion Week e do Minas Trend Preview, misto de desfiles e feira de negócios realizado em Belo Horizonte, o segundo mais importante do país.

Mas essa onda não tem nada a ver com patriotismo. Assim como toda mudança de padrão estético, esta também é movida por motivações econômicas.

A consolidação das grifes internacionais instaladas no país é um dos fatores que alavancaram essa festa. Afinal, seria um tiro no pé reproduzir a coleção do colega estrangeiro da loja ao lado no shopping.

A velha máxima de criar roupa para inglês ver parece ter se tornado urgente e, impulsionada pela alta do dólar, definitiva para os planos de expansão das marcas no exterior. A moeda americana valorizada impulsiona a produção têxtil nacional e barateia o produto brasileiro nos Estados Unidos e na Europa.

Prova disso é que a mineira Patricia Bonaldi, dona de uma grife que carrega o seu nome e das marcas Lucas Magalhães e Apartamento 03, conseguiu, segundo disse nos bastidores da SPFW, abrir as exportações para os Estados Unidos, o Japão e os Emirados Árabes.

No Brasil, o desejo do brasileiro de consumir roupas que dialoguem com sua própria cultura, bolso e corpo também contribui para o movimento.

No Minas Trend, terreno de marcas de sucesso como Vivaz, Arte Sacra, Madreperola e Anne Fernandes, as peças mais desejadas e vendidas são aquelas com aplicações de brilho, detalhes em renda dourada e muita, muita cor.

A solução para diferenciar-se do manjado barroco e da explosão de cores característica da estética Carmen Miranda, esta que a coroa fashion brasileira evitou por muito tempo, foi aplicar nas coleções elementos e silhuetas semelhantes à da moda europeia.

Não à toa, a alfaiataria um tanto andrógina, a mistura de preto com branco e o movimento punk, referências vistas na temporada internacional, surgiram no visual das roupas desfiladas no Brasil. A equação atende, portanto, as expectativas do mercado internacional.

Em uma conversa com Lizzy Bowring, diretora de passarelas do escritório de tendências inglês WGSN, ela disse que o Brasil, nesta temporada, "transportou os signos de sua cultura em um olhar globalizado e atento à moda contemporânea".

O neotropicalismo é o novo pretinho básico.

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