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Serafina

Estilista de Carminha diz que luxo é ir à academia de relógio glamoroso

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A imagem da atriz Audrey Hepburn no pôster do filme "Bonequinha de Luxo", pendurado na suíte do hotel Claridge's, ilustra o que Michael Kors tenta explicar à Serafina. "Não importa a mulher, o glamour é possível de ser construído. Você imagina Hepburn sem o vestido preto, o colar de pérolas e o cigarro na mão?", questiona o estilista americano de 55 anos.

Michael estava em Londres para um debate sobre a influência do cinema na moda. Ele dividiria a mesa com as atrizes hollywoodianas Kate Hudson, Rene Russo e Ali MacGraw.

Jason Schmidt
O estilista Michael Kors
O estilista Michael Kors

"Ao se vestir, a mulher escolhe entre três personagens: a sexy, a 'tomboy' [com visual masculinizado] e a executiva poderosa. Amo essa transformação que a roupa proporciona e que o cinema é capaz de transmitir", diz o estilista.

Michael não tem nada a ver com estilistas de ideias subversivas cuja imagem de moda apresentada na passarela suscita reflexões sobre a roupa. Mesmo pairando fora desse grupo, foi indicado mais de uma dezena de vezes ao prêmio do Conselho de Estilistas da América (CFDA), o mais importante do mercado norte-americano -e ganhou duas vezes.

Defensor do chamado "novo luxo", Michael diz que ser chique não está relacionado com roupas caras e o caráter exclusivista vendido pelas grifes europeias, mas com a combinação de, "por exemplo, jeans com pitadas de glamour proporcionado por um relógio ou uma bolsa".

No Brasil, o estilista ficou conhecido com a vilã emergente Carminha, personagem de Adriana Esteves na novela "Avenida Brasil", que ostentava bolsas com o logo MK -de Michael Kors-, em looks ora extravagantes, ora monocromáticos.

"Não há nada nos meus desfiles que não possa ser usado na rua. Quero que a mulher veja e queira usar aquilo. Respeito os colegas, mas alguns fazem roupas para si próprios", diz. "Se fizesse roupas pelo meu gosto pessoal, só criaria calças."

O estilo da grife de Kors, apelidado de "casual chique", traz o look de festa e o brilho noturno para o dia a dia. Sua clientela inclui nomes como Angelina Jolie e a primeira-dama americana, Michelle Obama, que escolheu um vestido Michael Kors preto sem mangas para o retrato oficial na Casa Branca.

Ele explica a fórmula de sucesso que o posicionou entre os bilionários da revista "Forbes": "Se a bolsa é muito funcional, vira acessório de homem. Se não dá pra andar com o sapato, ele não é bom. Se o vestido não pode ser usado por toda mulher, não cumpre sua função".

Foi em 2011 que o estilista empreendeu uma das maiores transações da história da moda, quando abriu o capital de sua empresa e angariou quase R$ 2 bilhões com a venda de títulos. Os papéis valem hoje quatro vezes mais do que quando foram a leilão.

AMERICANA X BRASILEIRA

Não é possível cravar um rótulo para a moda de Michael. Para ele, o trabalho de um designer é "dar confiança para a mulher" e entender o que ela precisa para, a partir daí, criar a coleção.

"Gosto de pensar que visto mulheres de idades, corpos e nacionalidades diferentes", diz. "Em Nova York, elas estão sempre insatisfeitas com o corpo. Dizem: 'Ai, tenho peito pequeno', 'ai, tenho pouco quadril'. Há sempre um olhar deturpado sobre si mesma, algo que não vejo nas brasileiras."

Entusiasta das curvas, o estilista investiu em modelos brasileiras antes da explosão das top models. O "movimento" e a "confiança" de Caroline Ribeiro, Isabeli Fontana e Gisele Zelauy já passearam pelas passarelas do estilista.

"Certa vez, estava no Rio e, quando entrei num banco, vi uma mulher maravilhosa de biquíni e camiseta. Era uma visão. Isso nunca aconteceria nem na Califórnia. As americanas não têm essa graça", diz.
O entusiasmo com que fala sobre a brasileira tem um quê de estratégia. Num momento em que grifes repensam seus planos de expansão no país devido ao clima incerto da economia, Michael inaugura em junho sua décima loja no Brasil.

"Abrimos um ponto em Madri, no auge da crise espanhola, e um em Palm Beach, quando vários ricos perderam suas fortunas. As pessoas sempre vão se vestir e meu produto entra no nicho do 'easy glamour', algo possível de ser usado. Para mim, luxo é ir à academia de relógio glamoroso", define.

"Sinceramente, sou o tipo de estilista que olha as pessoas. O problema da moda, hoje, é que os designers não saem de sua própria bolha, confraternizam entre si, não enxergam o mundo real."

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