Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
Publicidade

Serafina

Dividida entre povão e classe AAA, Valesca Popozuda finalmente vai lançar seu CD

Veja vídeo

Mais opções
  • Enviar por e-mail
  • Copiar url curta
  • Imprimir
  • Comunicar erros
  • Maior | Menor
  • RSS

Valesca Reis dos Santos era frentista em posto de gasolina quando Leandro Gomes, o pai de seu filho recém-nascido que nunca lhe prometeu "exclusividade" no amor, fez uma proposta que ela não pôde recusar.

Pardal, como é conhecido, parou para abastecer e perguntou: "Já viu o filme 'A Gaiola das Loucas'?". Valesca só riu. "Vem cá, está me chamando de louca?"

Em seguida, ela pensou melhor e aceitou o desafio: dividiu-se entre turnos no posto (que "ficava em Del Castilho, bem longe do Rio das novelas") e em bailes funk, onde dançava por "uns R$ 50 a noite" na Gaiola das Popozudas, grupo de bailarinas fundado por Pardal.

Hugo Toni
A funkeira Valesca Popozuda posa para sessão e fotos da Serafina em SP

Na praia da Barra, bairro onde hoje vive com o filho Pablo, 15, ela relembra a dinâmica: eram dez meninas rebolando "de microshort e topzinho" dentro de uma gaiola. Idealizador da "marca" Valesca Popozuda, é Pardal quem traça o plano de voo da estrela desde o início.

Em 2009, por exemplo, foi ele quem negociou um ensaio na revista "Playboy" no qual ela posa nua com uma foto do então presidente Lula. Após Valesca deixar o grupo para seguir carreira solo, em 2012, Pardal a pôs para cantar as composições dele, entre elas "Tá pra Nascer Homem que Vai Mandar Em Mim", "Eu Sou a Diva que Você Quer Copiar" e "Sou Dessas" (esta com a baiana Claudia Leitte).

Decidiu que, tal qual Madonna, mas com 1,1 litro de silicone no "popô", Valesca "precisa se reinventar a cada dois anos", conta ele, por telefone, à Serafina.

Letras como as de "My Pussy É o Poder" e "Late que Eu Tô Passando" (também dele) foram tomadas por libelo feminista, e o público feminino e LGBT virou maioria. Antes, o fronte era composto por homens gritando impropérios. Aos 36 anos, a cantora afirma que não tem vergonha de "ser gostosa", mas não quer ser reduzida a "apenas uma bunda".

Segundo Pardal, a cantoria ativista também serviu de estratégia para diferenciá-la de "tanta mulher melancia, filé e jaca". Assim, continua o empresário, Valesca, conseguiu aceitação da classe AA —mas continua tendo apelo popular como rainha do funk.

Mãe de adolescente e parceira do ex, Valesca nem sempre teve relações pacíficas com os homens. Aos 10, ela viu o padrasto bêbado pôr fogo na perna da mãe, numa briga. Quem não viu até a adolescência foi o pai, que sumiu após um breve namoro com sua mãe, na época cobradora de ônibus.

Até os 20 e poucos anos, vendeu salada num restaurante (que faliu), foi operária numa fábrica de embalagens, sujou-se de graxa em borracharia e fez figurações no extinto programa "Casseta & Planeta" (TV Globo).

Em 2014, Valesca foi tema de prova. Um professor de filosofia de Brasília, em teste tipo múltipla escolha, perguntou para sua turma de ensino médio o que acontece se "bater de frente"? A resposta está na música "Beijinho no Ombro": "É tiro, porrada e bomba". No clipe de seu hit absoluto, deseja "a todas as inimigas vida longa".

Hoje, ela conversa com seus "popofãs" no "popophone" entre os shows de sua "Diva Tour", dá palestras em faculdades (como a fluminense UFF) e se prepara para lançar os primeiros disco e DVD da carreira. A essência "popozuda" continua firme e, na opinião do empresário, perdurará: "Se um dia tirar a prótese, vou ter de parar de trabalhar com ela".

Mais opções
  • Enviar por e-mail
  • Copiar url curta
  • Imprimir
  • Comunicar erros
  • Maior | Menor
  • RSS

Livraria da Folha

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Envie sua notícia

Siga a folha

Livraria da Folha

Publicidade
Publicidade
Voltar ao topo da página