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Serafina

Misto de ativista com cover de Elvis, reverendo canta contra consumismo

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Na última Black Friday, Billy Talen e seu bando seguiram o fluxo de consumidores que se dirigiam à Macy's, a autoproclamada maior loja do mundo. Ao contrário do resto do pessoal, eles não estavam correndo atrás de pechinchas. Vestido com terno branco e colarinho de padre, Billy, o reverendo platinado e topetudo de 1,90 m, pegou o megafone e, acompanhado por seu coral gospel, começou a gritar: "Parem de comprar!".

Pregar contra o que ele chama de "religião fundamentalista do consumo" não é novidade para Billy. No fim dos anos 1990, o ator-ativista começou a se incomodar com a transformação da então degradada Times Square em um grande shopping a céu aberto. Escolheu a loja da Disney como alvo e, vestido de padre, foi avisar os clientes dos perigos do consumo desenfreado. Acabou expulso da loja, mas criou sua própria religião.

"Fundei uma nova teologia em que o Mickey é o demônio", diz, enquanto come com a mão tanto um sanduíche quanto a salada que o acompanha, depois de um de seus shows-missa com o Stop Shopping Choir, no Joe's Pub, no East Village.

John Quilty/Divulgação
Coluna Adriana Kuchler - Aleleuia! E pare de comprar! Billy Talen prega, discursa e canta contra o consumismo misturando religião, ativismo e show business#serafina93
Aleluia! E pare de comprar! Billy Talen prega, discursa e canta contra o consumismo

Billy é um personagem e sabe disso. "As pessoas não conseguem entender se sou um ativista político, um cover de Elvis ou o líder de uma igreja de verdade." A melhor definição seria uma mistura dos três.

Preso mais de 50 vezes, o reverendo virou uma lenda do ativismo nova-iorquino. Além da Macy's e da Disney, outros de seus capetas preferidos são o Walmart e o Starbucks. Ele foi banido da rede de cafeterias depois de seguidos protestos contra a sua "falsa boemia", e a marca chegou a distribuir um informe aos gerentes ensinando "O que fazer se o reverendo Billy aparecer na minha loja?".

Nos últimos meses, Billy ampliou sua campanha ecológica e foi convidado por Neil Young para abrir a turnê "The Monsanto Years", contra a gigante que atua no mercado de transgênicos. "Foi uma experiência incrível. Neil é um radical e um professor. Ele é como o papa Francisco e o [ator] Russell Brand, pessoas que não têm medo de gritar contra grandes corporações."

Conectada com o que acontece no mundo, a igreja de Billy passou a abraçar novas causas. Engajou-se no Occupy Wall Street e no recente movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam, em tradução livre).

O eclético coro de cerca de 30 cantores-ativistas reúne gente de todas as cores e idades (incluindo um bebê de colo) e parece uma mistura de coral de igreja gospel com musical da Broadway.

Na fé de Billy, o consumo estimula a violência. "Não sei bem explicar por quê. Mas sei que somos um país extremamente consumista e temos tropas no Afeganistão, no Iraque e em mais de 130 países. Nós somos agressivos, somos os babacas do mundo e vendemos muitas coisas."

Billy e seu coro sonham em trazer sua igreja pra se apresentar no Brasil. Resta saber se alguma empresa abençoada terá coragem de patrocinar.

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