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Serafina

Stella McCartney diz se orgulhar de fazer roupas para mulheres e pede fé

Mary McCartney
Stella McCartney - foto publicada na revista Serafina de março de 2017
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Há mais sobre ela do que revelam seu sobrenome de estrela – ela é filha do ex-beatle Paul McCartney, 74 –, seus hábitos "verdes" – nenhum pedaço de animal morto entra na passarela ou na cozinha de casa – e a personalidade reservada desde cedo programada para fugir dos tabloides.

Muito antes de o moletom, de a calça jeans e de o tênis bordado virarem padrão fashion nas passarelas, a inglesa Stella McCartney, 45, já dava tratamento luxuoso às ruas. As criações são quase sempre mostradas na Ópera de Paris.

Neste último desfile, ela aboliu de vez qualquer relação com o visual roqueiro que no início da carreira o mundo esperava que aderisse, e assumiu um compromisso com as mulheres e com a autoestima britânica, abalada pela saída recente do Reino Unido da União Europeia.

Vestidos e jaquetas cortados tal como na rua Savile Row, templo londrino da alfaiataria mundial e onde ela estudou proporções masculinas, se misturaram ao teor relaxado e urbano que sempre estiveram presentes nas roupas que há 16 anos rodam o mundo.

"Adaptação faz parte da minha identidade. Sempre joguei com alfaiataria na roupa de mulher, o equilíbrio de masculino e feminino, mas minha ideia, hoje, é encontrar uma nova maneira de explorála dentro do que acredito", diz Stella.

O desejo de lidar com ambiguidades aparece também em uma das pinturas do inglês George Stubbs (1724-1806) impressas nas peças da coleção. A tela "Um Cavalo Assustado Por Um Leão", ela explica, revela um lado agressivo do mundo equestre, outra obsessão inglesa, ao mesmo tempo que o suaviza.

FÉ E AMOR

"A imagem, para mim, é uma cena de poder e beleza que dialoga com a história da Grã-Bretanha e seu patrimônio. Queria mostrar a agressividade, mas também questioná-la e torná-la fluída", diz, com a conhecida habilidade de transportar assuntos complicados para dentro de sua moda descomplicada.

Em toda sua trajetória, Stella sagrouse como uma das porta-vozes da renovação do "eveningwear", um segmento da costura que abarca as roupas que nem veem a luz do dia, nem brilham demais nos holofotes dos bailes de gala.

Exemplo desse meio termo é um conjunto de bordados de vidro colados à mão em rendas e tules removíveis que, na coleção desfilada em Paris, a designer sobrepôs a peças de malha. Sua missão, segundo ela, é "introduzir um pouco de juventude e frescor" ao visual noturno.

"[O 'eveningwear'] é um lugar difícil para mim, odeio e amo ao mesmo tempo. Gosto de desafiá-lo e penso mais como modernizá-lo do que torná-lo uma espécie de vestido triunfal para entrar numa salão. Quero que as roupas de noite reflitam as mulheres que as usam, que falem sobre elas e não sobre o vestido em si", diz a estilista.

O ponto de interseção que liga o universo de possibilidades construído por Stella McCartney é o espaço dado às mulheres para que elas expressem suas vontades e se libertem das imposições e dos códigos de vestimenta usados para cada ocasião da vida.

"Tenho muito orgulho de ser mulher, ter uma marca voltada para as mulheres e conversar sobre elas. Trabalho com mães e irmãs. Tudo o que crio tem o objetivo de reunir, fazer que estejamos juntas. Estou celebrando nosso passado como mulheres e como mudamos."

A imagem final do desfile, com modelos de mãos dadas, dançando e cantando "Faith", do também britânico George Michael, morto no final do
ano passado, é a tradução do mundo otimista pintado pela estilista, mas também do tom provocativo e autorreferente de sua apresentação.

"Amo as palavras e o sentimento misturados naquela música. A ideia foi realmente lembrar as pessoas que está tudo bem em questionar, falar, e tentar encontrar um pouco de fé e amor nisso tudo."

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