Descrição de chapéu COP26 mudança climática

Jovens protestam em Glasgow para pedir mais ações contra a mudança climática

As "Sextas-Feiras para o Futuro" foi uma ideia apresentada há mais de três anos pela ativista sueca Greta Thunberg

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Jordi Zamora
Glasgow | AFP

Os jovens protestam nesta sexta-feira (5) nas ruas da cidade escocesa de Glasgow para pedir ações, e menos palavras, aos governos que estão negociando na COP26 as medidas contra a mudança climática, após quase uma semana de grandes discursos.

As "Sextas-Feiras para o Futuro" foi uma ideia apresentada há mais de três anos pela ativista sueca Greta Thunberg, presente em Glasgow esta semana. Um pequeno protesto simbólico diante do Parlamento sueco se transformou em um movimento mundial que recebe regularmente milhares de jovens, e que tem como grande ponto de encontro as conferências do clima da ONU.

A ativista climática Greta Thunberg e outros manifestantes durante a marcha
A ativista climática Greta Thunberg e outros manifestantes durante a marcha Fridays for Future, na Conferência de Mudança Climática da ONU (COP26), em Glasgow, Escócia - Dylan Martinez/Reuters

"Manifestações como esta pressionam as pessoas que têm o poder, e sabemos que este movimento deve crescer para obter as mudanças que precisamos para garantir a segurança das gerações presentes e futura", afirmou a ativista ugandesa Vanessa Nakate.

A mensagem de Greta Thunberg é seguida por jovens em muitos países.

A epidemia de Covid-19 interrompeu as manifestações semanais, mas nas últimas semanas voltaram a ganhar força.

"Esta não é mais uma conferência do clima. Este é um festival de 'greenwashing' do Norte Global. Uma celebração de duas semanas de negócios como de costume e blá, blá, blá", denunciou Thunberg na quinta-feira no Twitter.

A conferência do clima da ONU em Glasgow não é apenas um grande encontro de negociações com delegados de quase 200 países, e sim uma plataforma para debates sobre tecnologia, ideias e projetos, que estão sendo aplicados ou exigem anos de pesquisa, na luta contra a mudança climática.

A presidência britânica da COP26 organizou cada dia das duas semanas de evento como jornadas temáticas.

Dentro do centro de exposições onde se reúnem milhares de delegados também será o dia da juventude, com atividades e debates com presença dos menores de idade.

No sábado está prevista outra grande mobilização mundial, em Glasgow e em outras cidades.

No mês passado, o ministro do Meio Ambiente italiano, Roberto Cingolani, e o presidente da COP, o secretário de Estado britânico Alok Sharma, prometeram que apresentariam em Glasgow o manifesto adotado por 400 jovens do mundo reunidos em Milão em um encontro da ONU.

O documento de 50 páginas inclui proposta para a transição energética, financiamento ou participação cidadã.

Na conferência, as negociações avançam no ritmo desejado, segundo a presidência britânica do evento e algumas ONGs.

O Acordo de Paris de 2015, que a COP26 deve agora reforçar e desenvolver, tem como objetivo comum impedir que o aquecimento do planeta supere 2ºC. De modo ideal, a temperatura não deve subir mais que 1,5°C.

Os países mais ambiciosos querem compromissos mundiais, de corte das emissões de gases do efeito estufa, de transição energética, para alcançar a meta. Outros, como a China, alertam que há o risco de romper o consenso caso alguns insistam em +1,5ºC, o que obrigaria praticamente a cortar à metade as atuais emissões em oito anos.

"A pegada de carbono do 1% mais rico do planeta é 30 vezes superior que o nível compatível com a meta de 1,5ºC", afirmou nesta sexta-feira a organização Oxfam, que pede às nações ricas que reduzam suas emissões em 97%.

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