Descrição de chapéu acordo de paris

Na COP26, Kerry diz que EUA esperam ações concretas do governo Bolsonaro

Americano se reuniu com ministro Joaquim Leite e negociadores dos dois países nesta quarta

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Glasgow

O enviado especial do governo americano para questões climáticas, John Kerry, afirmou nesta quarta-feira (10) que as conversas com o governo brasileiro na COP26, Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, são baseadas em medidas concretas, e não em promessas.

Kerry se reuniu no pavilhão do Brasil, montado dentro do evento em Glasgow, com o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, e negociadores dos dois países.

Na saída, questionado sobre a sua confiança no governo brasileiro, respondeu que a conversa "não é baseada em confiança, é baseada em passos; é baseada em coisas concretas que as pessoas fazem".

Imagem mostra John Kerry, enviado especial do governo americano para questões climáticas, durante entrevista na COP26, em Glasgow
John Kerry, enviado especial do governo americano para questões climáticas, durante entrevista na COP26, em Glasgow - Phil Noble/Reuters

O encontro com o governo brasileiro acontece num momento em que a gestão Biden sofre pressão de parlamentares democratas e ativistas progressistas para manter distância do presidente Jair Bolsonaro, a quem acusam de atacar direitos humanos.

O governo americano, por seu lado, quer ver aprovado o artigo 6º do Acordo de Paris, que regula o mercado de carbono e cujas negociações têm sido bloqueadas pelo Brasil nas COPs mais recentes.

O encontro de 40 minutos teve a participação de dois dos principais negociadores americanos, incluindo o que trata de finanças —a necessidade de receber financiamento dos países mais ricos tem sido repisada pelo ministro brasileiro em suas declarações e discursos em Glasgow.

Antes do encontro com Kerry, Leite havia dito na plenária de líderes que a promessa de US$ 100 bilhões feita pelos países desenvolvidos e não cumprida já é insuficiente para bancar uma "transição verde inclusiva".

"São necessários volumes mais ambiciosos, de fácil acesso e execução ágil", afirmou o ministro brasileiro, dirigindo-se aos "países que historicamente e atualmente são os responsáveis pelos maiores volumes de poluição da atmosfera".

Segundo participantes da reunião, os EUA acenaram com a possibilidade de cooperar com tecnologia e financiamento na área de florestas, ao mesmo tempo em que se discutiu a regulamentação do mercado de carbono.

O governo brasileiro pediu aos americanos mais financiamento e cooperação também para a redução das emissões de metano —os americanos têm um dos maiores rebanhos do mundo e tecnologia avançada para conter os gases poluentes produzidos pelos animais durante a digestão.

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