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FMI está preocupado com impacto das mudanças climáticas nas economias

Argentina, que sofre com seca extrema, é citada como exemplo de crise

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Andrea Shalal
Reuters

O FMI (Fundo Monetário Internacional) pediu nesta terça-feira (25) esforços coordenados melhores para abordar as causas da mudança climática, alertando que o clima extremo está representando riscos materiais para os países em todo o mundo, especialmente as economias em desenvolvimento já sobrecarregadas com dívidas altas.

O economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, disse que o caso da Argentina, que passou por uma crise financeira prolongada agravada por uma seca feroz que reduziu as exportações agrícolas em cerca de US$ 20 bilhões este ano, mostra como os eventos climáticos profundos podem exacerbar as tensões existentes.

Pés de milho com partes secas
Milho afetado por seca em fazenda nos arredores de Buenos Aires - Agustin Marcarian - 24.jan.2022/Reuters

A Argentina estabeleceu na segunda-feira (24) novas taxas de câmbio mais fracas relacionadas ao comércio, enquanto corre para chegar a um acordo com o FMI e adiantar bilhões de dólares em desembolsos de seu programa de US$ 44 bilhões com o fundo.

Alguns países estão achando "muito, muito difícil" manter o acesso ao mercado no ambiente atual, com as taxas de juros e os custos do serviço da dívida subindo, disse Gourinchas em entrevista à Reuters sobre atualizações nas perspectivas globais do FMI.

O credor global elevou ligeiramente nesta terça-feira sua estimativa de crescimento global para 2023, mas alertou que o baixo aumento da produtividade e o comércio lento significam que o crescimento provavelmente se estabilizará em torno de 3% por anos, um número historicamente baixo.

Uma grande preocupação, afirmou, é a desaceleração da taxa com que os países em desenvolvimento estão alcançando as economias avançadas e sua exposição a um risco maior no caso de volatilidade do mercado financeiro, que poderia aumentar ainda mais o valor do dólar.

"No caso da Argentina, claramente uma coisa que não ajuda neste momento para as perspectivas de crescimento é que eles estão enfrentando uma forte seca que está afetando a produção agrícola", disse Gourinchas. "Quando você está em uma situação fiscalmente frágil para começar, onde você não tem muito espaço e recebe más notícias... Então é claro que a situação se torna mais difícil."

Gourinchas disse que eventos climáticos extremos, incluindo ondas de calor que atingem a Europa e outras regiões, e o padrão climático El Niño deste ano, que pode levar a fortes chuvas e altas temperaturas, que afetarão o rendimento das colheitas e a capacidade das pessoas de trabalhar.

"Claramente, esta frequência cada vez maior de eventos climáticos extremos está tornando especialmente urgente o combate à raiz da mudança climática", disse ele. "Mais precisa ser feito."

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