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Greta Thunberg é multada por desobedecer à polícia na Suécia

Ativista foi julgada por protesto que bloqueou porto; horas após ir à corte, sueca realizou protesto semelhante na cidade de Malmö

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AFP e Reuters

A ativista ambiental Greta Thunberg foi condenada a uma multa por ter desobedecido à polícia durante uma manifestação em que o porto de Malmö, na Suécia, foi bloqueado. O julgamento foi realizado nessa cidade do sul do país nesta segunda-feira (24).

Horas depois de ir à corte, a sueca participou de um novo protesto em Malmö e foi retirada por policiais.

Greta é carregada pelos braços por dois policiais, com expressão feliz no rosto
Greta Thunberg é retirada de protesto por policiais em Malmö, na Suécia, horas depois de ser multada por participar de ação semelhante - Andreas Hillergren/TT News Agency via Reuters

Ainda pela manhã, a ativista, de 20 anos, compareceu ao tribunal pouco depois das 11h (6h no horário de Brasília), sem responder a perguntas da imprensa.

Em 19 de junho, Thunberg "participou de uma manifestação que interrompeu o trânsito" e "recusou-se a obedecer às ordens da polícia, que pediu que deixasse o local", segundo a ficha de acusação, vista pela agência AFP.

"É correto que eu estava naquele lugar naquele dia, e é correto que recebi uma ordem que não dei ouvidos, mas quero negar o crime", disse Thunberg ao tribunal quando questionada sobre as acusações contra ela.

Thunberg afirmou que agiu por necessidade, devido à emergência climática. Após um curto julgamento, o tribunal a condenou a uma multa de 1.500 coroas suecas (US$ 144 dólares; R$ 687 na cotação atual) e a pagar 1.000 coroas suecas (US$ 96 dólares; R$ 458) a um fundo sueco para vítimas de crimes.

Após a sentença, Thunberg e outros ativistas voltaram ao porto de Malmö e foram novamente levados pela polícia por bloquear o trânsito, em ação semelhante à de junho.

Greta em um corredor com cinegrafistas próximos dela
A ativista Greta Thunberg em corredor da corte distrital de Malmö, na Suécia, enquanto aguardava o seu julgamento - Tom Little/Reuters

A manifestação foi organizada pela ONG ambientalista Ta Tillbaka Framtiden (peça o futuro, em tradução livre), cujos membros bloquearam a entrada e a saída do porto de Malmö para protestar contra o uso de combustíveis fósseis.

"Não vamos bater em retirada", reagiu a ativista após o anúncio do veredicto.

"É um absurdo que quem age com base em dados científicos, quem bloqueia a indústria dos combustíveis fósseis, é quem tem que pagar o preço", acrescentou.

'Direito de viver'

A ONG Ta Tillbaka Framtiden também indicou que sua determinação de combater a indústria de combustíveis fósseis permanece intacta.

"Se o tribunal decidir considerar nossa ação [interromper o trânsito] um crime, eles podem fazê-lo, mas sabemos que temos o direito de viver, e a indústria de combustíveis fósseis viola esse direito", disse Irma Kjellström à AFP.

Ela afirma que seis militantes da organização devem ser julgados pela ação no porto de Malmö.

"Nós, jovens, não vamos esperar, vamos fazer o que estiver ao nosso alcance para travar esta indústria que queima as nossas vidas", acrescentou, reivindicando o modo de atuação da desobediência civil.

Em uma sexta-feira de agosto de 2018, Greta Thunberg, na época com 15 anos e totalmente desconhecida, sentou-se pela primeira vez em frente ao Parlamento sueco com uma faixa onde se lia "Greve escolar pelo clima".

Em poucos meses, em diversas cidades pelo mundo, outros jovens a seguiram, e o movimento Fridays for Future (sextas-feiras pelo futuro) nasceu.

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