Lula afirma que 'o mundo precisa ajudar' o Brasil a desenvolver a Amazônia

Presidente diz ainda que investir no bioma é barato se a destruição da floresta for impedida

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Brasília | AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (2), que "o mundo precisa ajudar" o Brasil a preservar a Amazônia. A declaração é feita a menos de uma semana de uma cúpula que o país sediará em Belém.

"Sabemos da responsabilidade (...) que é convencer o mundo de que fazer investimento é barato se a gente conseguir impedir que a floresta continue sendo destruída", disse o petista durante um café da manhã com correspondentes da imprensa internacional no Brasil, no Palácio do Planalto, em Brasília.

"O mundo precisa ajudar a gente a fazer o desenvolvimento na Amazônia", respondeu Lula a uma pergunta da agência de notícias AFP sobre como compatibilizará o desenvolvimento econômico da região com a preservação.

Lula, de terno preto e camisa branca, cabelos grisalhos, gesticula em frente à parede roxa e amarela
O presidente Lula gesticula durante café da manhã com correspondentes internacionais no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta quarta-feira (2) - Ueslei Marcelino/Reuters

Na próxima semana, os oito países-membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica se reunirão, pela primeira vez desde 2009, na Cúpula da Amazônia para discutir e promover políticas públicas para preservar a maior floresta tropical do planeta.

Nesta quarta, Lula reiterou que seu governo "será muito duro" no combate ao desmatamento.

A destruição da Amazônia brasileira caiu 33,6% entre janeiro e junho de 2023, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do sistema Deter, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), divulgados em julho.

O presidente disse que, com os líderes das outras nações amazônicas, pretende "compartilhar com a ciência do mundo a pesquisa sobre a biodiversidade da Amazônia" e buscar caminhos para que seja possível "trabalhar sem precisar destruir" o bioma.

Durante o café, Lula tratou, ainda, da posição do Brasil em relação à guerra da Ucrânia. Ele afirmou que o país, que tentou se colocar como negociador no conflito, "vai continuar tentando encontrar a paz".

"Os dois [Putin e Zelensky] estão na fase do 'vou ganhar'. E, enquanto isso, as pessoas estão morrendo", argumentou.

O presidente brasileiro também mostrou seu entusiasmo pela próxima cúpula dos Brics, que ocorrerá na África do Sul entre 22 e 24 de agosto. O mandatário voltou a defender a ideia de que o bloco tenha uma moeda própria para o comércio e apoiou a entrada de novos países na organização.

"Do ponto de vista mundial, os Brics podem ter um papel excepcional. Todo mundo sabe que eu defendo que a gente tenha uma moeda própria para fazer comércio entre os países. Por que o Brasil precisa de dólares para fazer comércio com a Argentina?", questionou.

Sobre novos membros, disse que a discussão deveria considerar nações que "cumpram com os requisitos" da organização, e deu como exemplos de possíveis aspirantes a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e a Argentina.

Lula ainda defendeu que o Banco dos Brics "seja mais generoso do que o FMI" e colabore "para ajudar a salvar" economicamente os países e não "para ajudar a afundar o país".

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