Lula diz que Brasil vai ser 'a Arábia Saudita da energia verde' e fala em descarbonizar o planeta

País árabe é um dos maiores produtores do mundo de petróleo; fala do presidente ocorre às vésperas da COP28

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Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira (29) que o Brasil vai ser "a Arábia Saudita da energia verde", e que é preciso descarbonizar o planeta.

A declaração do mandatário ocorreu durante mesa redonda promovida pela Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) com empresários, em Riad. Ele chegou na terça-feira (28) na Arábia Saudita para um giro no Oriente Médio, atrás de parcerias e investimentos, que terminará na COP28, conferência das Nações Unidas para mudanças climáticas, em Dubai.

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a sessão de encerramento da Mesa Redonda Brasil-Arábia Saudita, no Hotel Ritz-Carlton. Riade
Presidente Lula (PT) durante a sessão de encerramento de mesa redonda sobre Brasil e Arábia Saudita, no Hotel Ritz-Carlton, em Riad - Ricardo Stuckert/PR

"Eu quero aproveitar esse fórum em novembro de 2023 para dizer aqui na Arábia Saudita que, daqui a dez anos, o mundo vai dizer que, se a Arábia Saudita é o país mais importante da produção de petróleo e gás, daqui a dez anos o Brasil será chamado a Arábia Saudita da energia verde, da energia renovável, porque é para isso que nós estamos trabalhando", disse Lula.

"Temos alguns compromissos firmados. Primeiro, vamos diminuir o desmatamento até 2030, queremos chegar a desmatamento zero na amazônia. Segundo, vamos fazer todo o possível para que a gente faça do Brasil o centro do mundo na produção de energia alternativa, porque acho que precisamos todos trabalhar com responsabilidade para descarbonizar o planeta para que a gente possa viver de forma mais digna, com melhor qualidade de vida e sem medo que estamos destruindo a casa onde moramos", completou.

Lula embarca nesta quarta ainda para Doha, no Qatar, onde participará de fórum com empresários e de um encontro com o emir Tamim bin Hamad al-Thani. De lá, parte para a COP28, que começa na quinta (30), nos Emirados Árabes.

O Brasil chega ao evento mundial com altas expectativas de se destacar com mediador de conflitos e liderança na temática —até mesmo porque sediará a conferência, em Belém, em 2025.

Para isso, Lula chega a Dubai munido de números positivos de redução no desmatamento da amazônia.

De janeiro a outubro de 2023, a área desmatada no bioma caiu pela metade (49,6%) na comparação com o ano passado: foi de 9.493,8 km² para 4.775,6 km², segundo dados do sistema Deter, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Também será apresentado no estande brasileiro na COP28 o Plano para Transformação Ecológica, voltado para a descarbonização da economia brasileira. Encabeçado pelo Ministério da Fazenda e contando com a participação de outros ministérios, um evento para o lançamento internacional do projeto está marcado para sexta-feira (1º).

O país também deve propor a criação de um fundo para florestas.

Outra pauta será a cobrança do cumprimento de promessas já assumidas por países ricos, como a de destinar US$ 100 bilhões anuais para ações climáticas nos países em desenvolvimento, atrasada desde 2020.

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