Macron tenta combater garimpo ilegal de ouro na Guiana Francesa

Em visita ao território, presidente francês promete novo plano dentro de três meses

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Sarah Morland
Reuters

O presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta segunda-feira (25) que o governo está buscando designar novas zonas regulamentadas de mineração de ouro na Guiana Francesa para combater o garimpo ilegal e suas consequências ambientais.

Em um discurso no território antes de uma viagem de três dias ao Brasil, Macron disse que a França está estudando elaborar um plano dentro de três meses para áreas com reservas de ouro.

Macron sobe escada em uma ribanceira
Emmanuel Macron, presidente da França, em desembarque no vilarejo de Camopi, na Guiana Francesa, nesta segunda (25) - Ludovic Marin/AFP

Os trabalhadores nessas áreas devem ser obrigados a seguir regras de mineração sustentável, disse Macron, incluindo a proibição do uso de mercúrio, metal tóxico usado na extração do ouro que se espalha por rios, oceanos, florestas e contamina a população.

Os garimpeiros ilegais no território liberam cerca de 1,3 kg de mercúrio para cada 1 kg de ouro extraído, mostram dados da ONG WWF (World Wide Fund for Nature).

O programa tentará impedir que garimpeiros ilegais, muitos vindos de países vizinhos, entrem nessas áreas. A ideia é limitar as atividades motivadas pelo aumento dos preços do ouro, acrescentou Macron.

O valor do ouro, que tende a subir em tempos de risco geopolítico, aumentou em 10% em relação ao ano anterior, chegando perto de US$ 70 por grama.

No ano passado, Macron disse que cerca de cinco toneladas métricas de ouro foram extraídas do território, a maioria ilegalmente, e 35 kg (0,04 toneladas) foram apreendidos pelas autoridades.

Macron afirmou que o ouro apreendido agora será vendido para devolver fundos ao território, principalmente por meio de projetos relacionados à reparação dos impactos da mineração ilegal.

O presidente contou também estar buscando aumentar a cooperação com o Suriname e o Brasil para romper as cadeias de suprimento ilegais e melhorar a da coordenação militar. O objetivo é estabelecer uma estratégia conjunta até a COP30, cúpula da ONU sobre mudanças climáticas que será realizada em Belém, no Brasil, em 2025.

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