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Polícia do Pará indicia brigadistas de Alter do Chão

Acusados afirmam que acusação é baseada em ilações

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Manaus

A Polícia Civil do Pará indiciou quatro brigadistas voluntários e um colaborador pelo fogo que destruiu parte de área de proteção ambiental em Alter do Chão, balneário do Pará. Os acusados dizem que o indiciamento “é fruto de ilegalidades e, infelizmente, indica direcionamento da investigação.”

O documento, obtido pelo site G1, é assinado pelo delegado Waldir Cardoso. Ele assumiu o inquérito por determinação do governador Helder Barbalho (MDB) em reação a críticas contra o delegado anterior. 

 

No indiciamento, Cardoso afirma que os indícios "demonstram a participação ativa dos referidos brigadistas nos eventos”. O motivo seria "disseminar registros fotográficos em âmbito nacional e internacional com a finalidade de promoção da tragédia e em benefício de auferirem vantagens financeiras através de vultosas doações em dinheiro, por parte de pessoas de boa fé de todo o globo.”

A investigação da Polícia Civil tem sido criticada por ambientalistas e contradiz apuração do Ministério Público Federal (MPF), que vincula o incêndio ao assédio de grileiros e à especulação imobiliária, sem mencionar os brigadistas.

No começo de dezembro, o MPF enviou à Justiça Estadual do Pará um pedido para que a investigação prosseguisse na esfera federal devido aos incêndios terem acontecido em área que pertence a União. O pedido foi assinado por 12 procuradores.

A reportagem da Folha solicitou uma cópia do indiciamento à Polícia Civil do Pará, mas não obteve nenhuma resposta até a conclusão deste texto. 

Foram indiciados os brigadistas Daniel Govino, João Victor Romano, Gustavo Fernandes e Marcelo Cwerner, que ficaram presos por dois dias no final de novembro. O quinto indiciado se chama Ronnis Blair, de acordo com o G1.

Em nota, os brigadistas criticaram o indiciamento: “Encerraram-se as investigações de maneira atropelada, sem a realização de perícia técnica, atualmente em curso na Policia Federal, para apurar em que circunstâncias efetivamente ocorreu o incêndio.
 
“Ignorou-se também pedido para que fossem ouvidas testemunhas indicadas pelos advogados dos brigadistas à autoridade policial há mais de duas semanas. Essa precipitação atenta contra a apuração correta dos fatos.”

"O indiciamento foi baseado em ilações extraídas de depoimentos meramente especulativos sem nenhuma prova atacando aqueles que dedicaram as suas vidas a combater incêndios voluntariamente na região amazônica”, conclui a nota.

O presidente Jair Bolsonaro, no entanto, elogiou a investigação da Polícia Civil. Durante os incêndios que atingiram parte da floresta amazônica neste ano, ele afirmou, sem apresentar provas, que as ONGs estavam por trás das queimadas.

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