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Descrição de chapéu The New York Times astronomia

Nova câmera da Nasa ilumina crateras na Lua e pode desvendar mistério sobre água

Instrumento é utilizado na busca por recurso fundamental para os astronautas que um dia possam viver lá

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Kenneth Chang
The New York Times

Quando uma espaçonave da Nasa passa sobre a cratera Shackleton na Lua e olha para dentro dela, o que vê é um mar de escuridão. O Sol nunca se eleva muito acima do horizonte, e a borda de Shackleton não permite que os raios solares brilhem diretamente no chão da cratera.

Há mais de 300 crateras como essa no satélite natural da Terra, e a escuridão esconde um mistério intrigante: oásis de água congelada, que poderiam fornecer um recurso fundamental para os astronautas que um dia possam viver lá

Os cientistas descobriram agora como ligar o interruptor de luz.

Cratera Shackleton

Shackleton, com cerca de de 20 quilômetros de largura, fica perto do polo sul lunar. Antes, não era possível ver seu interior em razão das sombras. Mas novo instrumento faz exposições superlongas, permitindo observar dentro da cratera - Nasa/Kari/Universidade Estadual do Arizona/via The New York Times

As novas observações são feitas graças ao instrumento ShadowCam, que a Nasa forneceu para o orbitador sul-coreano Danuri —o equipamento chegou ao satélite em dezembro.

Desde 2009, quase toda a superfície lunar foi fotografada em detalhes pelo Lunar Reconnaissance Orbiter (orbitador de reconhecimento lunar), uma espaçonave da Nasa. Sua câmera, porém, não é sensível o suficiente para ver qualquer coisa nas crateras permanentemente sombreadas.

Por outro lado, essas sombras não são totalmente pretas. Às vezes, a luz solar reflete no chão para dentro da cratera e depois ricocheteia para cima em direção ao Danuri.

Outras imagens são iluminadas pela luz da Terra —a luz solar que refletiu no nosso planeta em direção ao satélite natural. Isso é o suficiente para iluminar um pouco as crateras sombreadas.

A ótica do ShadowCam é quase idêntica à da câmera do orbitador lunar. Mas o novo instrumento faz exposições superlongas, aumentando a sensibilidade em um fator de cerca de 200.

A escuridão invisível, então, torna-se visível.

Prasun Mahanti, investigador principal adjunto do ShadowCam, disse que, quando os cientistas viram as primeiras imagens, a reação deles foi de alívio de que o instrumento funcionou conforme projetado.

Em certos lugares e em certos momentos, as sombras nem são tão escuras. Em uma conferência em março, cientistas trabalhando no ShadowCam relataram que a luz indireta era comparável aos "níveis confortáveis de iluminação interna".

Astronautas que visitam essas regiões podem não precisar carregar lanternas para ver onde estão indo, embora o brilho e as sombras longas ainda possam representar problemas.

O ShadowCam também pode lançar luz sobre o mistério da água na Lua.

Uma missão da Nasa em 2009 identificou água em uma nuvem de detritos escavada da cratera Cabeus, uma das regiões permanentemente sombreadas.

Por enquanto, embora as imagens do ShadowCam mostrem pontos brancos, nenhum parece ser gelo. A maioria dos pontos brilhantes parece ser rochas, leito rochoso exposto ou crateras recentes. Isso poderia significar que a água está coberta por poeira ou presa em minerais nas rochas.

Segundo Mahanti, mais pesquisas sobre essa questão estão em andamento na comunidade científica.

O novo instrumento é um exemplo de uma maior colaboração internacional pela agência americana nos dias de hoje. A Coreia do Sul tem a oportunidade de contribuir com sua expertise espacial enquanto a Nasa economiza o custo de construir e operar sua própria espaçonave.

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