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Jornalista, escreve sobre gastronomia e vinhos há mais de 20 anos. É cofundadora do projeto social Refettorio Gastromotiva e autora de livros de receitas.

Vem aí um '50 Best' mais justo?

Organização tenta criar premiação mais inclusiva do que o polêmico ranking mundial

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Já pensou se existisse um Oscar da gastronomia com direito a tapete vermelho e transmissão pela TV?

Pois a IMG, gigante do entretenimento dona de eventos como a semana de moda de Nova York e a feira de arte Frieze, pensou —e viu aí uma bela oportunidade de negócio.

“Vamos produzir a melhor e mais legítima premiação de restaurantes que já existiu, inteiramente inclusiva”, diz Justin Clarke, vice-presidente sênior da IMG. Ele espera a presença de todos os mais famosos chefs do mundo na cerimônia de premiação inaugural, dia 19 de fevereiro de 2019, em Paris.

Para dar peso e prestígio ao World Restaurant Awards, foram escalados para comandá-lo dois respeitadíssimos jornalistas gastronômicos: o inglês Joe Warwick e o italiano Andrea Petrini. Eles, por sua vez, montaram um júri (do qual faço parte) de cem votantes, composto por jornalistas e vários dos pesos-pesados da gastronomia mundial, entre eles Alex Atala, Massimo Bottura (Itália), Virgilio Martínez (Peru) e, dos Estados Unidos, Daniel Humm e David Chang. Nesta semana, 68 deles se encontraram em Paris para discutirem as regras e o formato a serem adotados.

O objetivo do brainstorm era descobrir como obter resultados mais justos e inclusivos do que o do polêmico ranking anual Os 50 Melhores Restaurantes do Mundo (50 Best), do qual Warwick e Petrini são dissidentes. “Para mim, a palavra ‘melhores’ não significa nada. Não quero fazer mais uma lista que meça popularidade”, disse Warwick.

Para não cair na mesmice de uma lista cheia dos mesmos restaurantes de luxo que ganham todos os outros prêmios, foram boladas categorias que encorajam diversidade, como por exemplo o melhor restaurante no meio do nada e o melhor clássico com 50 ou mais anos de história.

Apesar das boas intenções, os organizadores já esbarraram em obstáculos. Entre os jurados, reina a discórdia, e será impossível definir regras de votação que sejam unanimidade. Atala, Humm e Bottura, por exemplo, só querem votar se seus restaurantes ficarem de fora. A busca por um meio-termo que pareça correto para a maioria do júri será árdua e talvez infrutífera.

Mas só o esforço concreto de criar uma alternativa justa ao tão criticado “50 Best” já merece aplausos. Muitos falam mal, mas poucos tentam fazer melhor.

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