Siga a folha

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

Descrição de chapéu Rio de Janeiro

Enganação maravilhosa

Sem investimentos, projeto na região portuária está à deriva

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Boulevard Olímpico, no Rio de Janeiro - Ricardo Borges - 6.ago.16/Folhapress

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Desde o início a proposta era um desastre arquitetônico: plantar uma Dubai no Rio. A intervenção na zona portuária, que pretendia transformar espaços abandonados e precários em um centro turístico-financeiro, baseava-se na construção de prédios de até 50 andares, conjunto de torres no estilo do que fez da maior cidade dos Emirados Árabes um monumento à ostentação e ao mau gosto.

Vendido como uma parceria público-privada (PPP) em 2009, o negócio deu com os burros na água da baía de Guanabara, que fica ali em frente. O fracasso até poderia ser um sinal de sorte para os cariocas se não tivesse subtraído aos cofres públicos mais de R$ 280 milhões. Uma conta que ainda está barata, pois a previsão é custar muito mais à prefeitura. Para manter a área “revitalizada” —esse adorável eufemismo de linguagem—, será necessário gastar cerca de R$ 140 milhões anualmente.

É um enorme espaço na região central, mais ou menos equivalente a uma Copacabana inteira, a que deram o nome engana-bobo de Porto Maravilha. Tal um barco sem leme, está à deriva. O fundo imobiliário administrado pela Caixa Econômica Federal, que deveria financiar as obras de infraestrutura e manutenção (só dois túneis construídos, Rio 450 e Marcello Alencar, custam R$ 40 milhões por ano), está insolvente, sem condições de honrar o acordo. 

A PPP ainda teria de liberar, até 2026, cerca de R$ 4 bilhões, mas pelo jeito... Os investidores não apareceram, e a culpada, como sempre, é a crise.

Na vitrine do Porto Maravilha estava o ex-prefeito Eduardo Paes, hoje candidato a governador. O pepino acabou nas mãos de Marcelo Crivella, péssimo administrador que já deu prova de não gostar da cidade nem dos cariocas —prefere trabalhar para os fiéis do grupo religioso a que pertence. A sobrevivência do Boulevard Olímpico, que se tornou ponto obrigatório de visitação turística, está por um triz. Uma maravilha.   
 

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas