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Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

Salivando pelo Nobel

Dois romances apostam no prêmio inédito para o Brasil

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O escritor Mauricio Lyrio, autor de 'O Imortal' - Daniel Marenco - 9.mai.13/Folhapress

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A julgar por livros recém-lançados, o Brasil está cultivando uma nova obsessão cuja vantagem é não demorar quatro longos anos —como o hexa no futebol— na tentativa de ser aplacada. A torcida agora é pelo inédito Nobel na literatura. 

Em “O Imortal”, de Mauricio Lyrio, estamos em 2025, e um brasileiro vai até Estocolmo para receber o prêmio. O feito mexe de tal maneira com brios nacionalistas que um grupo político, espécie de centrão da época, não tem dúvida: convida o escritor para concorrer à Presidência. Em “Nobel”, de Jacques Fux, reproduz-se o discurso de nosso primeiro vencedor, que humildemente carrega o nome de... Jacques Fux.

A profecia retratada nas duas ficções é a mesma de “O Grau Graumann”, de Fernando Monteiro, publicado em 2002. Pena que na história o autor não tem tempo de gastar a grana: morre nove dias depois de ganhar o prêmio.

Nos meios literários circulam algumas lendas de como Jorge Amado ficou por uma vírgula de levar o Nobel em 1967, logo após a publicação de “Dona Flor e Seus Dois Maridos”. Ou de como Carlos Drummond de Andrade praticamente abdicou de concorrer, ao não enviar a tradução de seus versos para a Academia Sueca. Um bastidor surpreendente revela que os jurados haviam decidido em favor de Jorge de Lima. Mas combinaram de lhe dar a glória só em 1958, esquecendo-se de avisar o poeta alagoano, que morreu em 1953. 

Quando José Saramago levou o laurel, em 1998, foi lançada a maldição segundo o qual a língua portuguesa teria de esperar duas décadas para ser lembrada de novo. Talvez isso explique toda essa animação em torno de um possível Nobel brasileiro. Além disso, como este ano nenhum escritor receberá a distinção, em 2019 haverá dois vencedores. 

Conheço uma pessoa —não entrego seu nome, nem as inicias, nem se é homem ou mulher— que já está salivando.  

Jacques Fux, autor de 'Nobel' - Bruno Santos - 27.jul.17/Folhapress

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