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Descrição de chapéu Governo Lula

Centrais veem 1º de Maio esvaziado como ápice da crise do movimento sindical

Líderes trabalhistas afirmam que movimento precisa fazer 'mea culpa' e repensar atuação

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São Paulo

Líderes sindicais afirmam que o ato do Dia do Trabalho realizado na quarta-feira (1º) no estacionamento da Neo Química Arena, na zona leste de São Paulo, foi um marco histórico negativo para a organização dos trabalhadores no Brasil.

Principal atração, o presidente Lula (PT) disse no palanque que o ato havia sido "mal convocado" e que não havia sido feito "o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar".

Sindicalistas afirmam que o diagnóstico do petista foi acertado. "Esse 1º de Maio foi o ápice da crise que o movimento sindical atravessa nos últimos anos. Foi um marco histórico. Para o sindicalismo, é se reinventar ou morrer", afirma o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade), presidente de honra da Força Sindical.

Ato das centrais sindicais no 1º de Maio Unificado, na Neo Química Arena, em Itaquera
Ato das centrais sindicais no 1º de Maio Unificado, na Neo Química Arena, em Itaquera - Marcelo Pessini/Folhapress

"Lula colocou uma pá de cal no 1º de Maio. Precisamos repensar o formato do evento para os próximos anos", diz João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical.

Em edições anteriores, houve sorteio de carros e apartamentos e shows de artistas famosos, com a presença de dezenas de milhares de pessoas e políticos de orientações ideológicas variadas.

Ainda que não se discuta a retomada desse formato nos mesmos moldes, dirigentes afirmam que o modelo precisa ser menos engessado que o atual, em que só participam artistas alinhados politicamente às centrais sindicais de esquerda, e menos hostil a políticos que não façam parte do arco de alianças do PT, ao qual a CUT (Central Única de Trabalhadores) é ligada.

Deputado Paulinho da Força, vice-presidente do Solidariedade, durante sessão na Câmara
Deputado Paulinho da Força, vice-presidente do Solidariedade, durante sessão na Câmara - Billy Boss-3.ago.2022/Folhapress

"O Lula está correto. Temos que fazer um mea culpa de nossa incapacidade de levar mais gente", afirma Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores).

"Precisamos repensar o 1º de Maio e debater nosso papel enquanto sindicatos. Temos dificuldade de interlocução com jovens, que hoje mudam de emprego a cada ano e querem mais flexibilidade. Temos que discutir e-commerce, home office. Temos que ter mais capacidade de nos organizarmos junto a mulheres, LGBTQIA+, negros. A quebra de paradigma agora é necessária para a nossa sobrevivência", completa.

Presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), Antonio Neto diz que faz um balanço positivo do ato. Ele afirma que a repercussão nacional e a defesa pública das pautas dos trabalhadores são mais importantes do que a discussão sobre a quantidade de pessoas presentes, que ele diz considerar "um exagero".

"O ato mostrou a classe operária unida, e isso é fundamental. Com a atual configuração do Congresso, é mais fácil que os trabalhadores percam direitos do que ganhem ou preservem benefícios. Já tivemos momentos em que os atos foram recheados. Hoje estamos nas vacas magras, temos que usar as ferramentas que temos à disposição para lutar", afirma Neto.

Antonio Neto, presidente da CSB, durante ato em defesa da democracia em São Paulo
Antonio Neto, presidente da CSB, durante ato em defesa da democracia em São Paulo - Mathilde Missioneiro-25.out.2022/Folhapress

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