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Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

Cheiro da morte

Wilson Witzel não é um doente. Ele sabe muito bem o que está fazendo

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A lógica de Wilson Witzel é o extermínio. Disparada da violência nas favelas, com mortes de traficantes e policiais e também de inocentes. Na conta dos horrores do último fim de semana, os nomes da menina Ágatha, de oito anos, atingida por um tiro de fuzil, e dos cabos Leandro Silva e Felipe Pinheiro, baleados em serviço.

As operações promovem o espetáculo de centenas de crianças sem poder ir à escola ou confinadas dentro delas, para escapar aos blindados em terra e aos rasantes e tiros dos helicópteros no céu. Ao comentar a situação, WW lembrou os bombardeios sobre Londres durante a Segunda Guerra: “Eles tocavam a sirene, ia todo mundo para debaixo da terra”.  Será que no filme a que ele assistiu ficava claro que eram os nazistas que jogavam as bombas? Ou não faz diferença? 

 Nas questões que não envolvem matar, sobra-lhe incompetência. Anunciou que iria aterrar a estação Gávea do metrô. Na prática significaria jogar fora R$ 30 milhões para soterrar o quase R$ 1 bilhão que já foi gasto naquele trecho desde a licitação da Linha 4, em 1998. Humilhado pelos laudos técnicos, o governador voltou atrás da burrada e prometeu retomar as obras, desde que consiga mais R$ 1 bilhão do dinheiro recuperado pela Lava Jato. Melhor esperar sentado, sobretudo agora que entrou em guerra política com os Bolsonaro, prejudicando a relação do Rio junto ao governo central.

 

Vaidoso a ponto de plagiar dissertações de mestrado, de posar com a camisa do Flamengo ao lado de um torcedor processado por homicídio e de comemorar uma morte como se fosse um gol, WW quer a faixa de presidente. Usa a promessa de guerra às drogas como plataforma eleitoral. Não espere resultados, senão o de mais mortes.

Ele não é um doente. Pois sabe muito bem o que está fazendo. Difícil será livrar-se do cheiro nauseabundo que está se impregnando nele.

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