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Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

Amarelinho vence a pandemia

O centenário bar da Cinelândia leva a fama (injusta) de ser o pior do Rio

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O boato de que o Amarelinho da Cinelândia, derrotado pela pandemia, não ia reabrir acendeu uma discussão que os habitués de boteco adoram: qual o pior bar da cidade? Pois o Amarelinho, quem diria, é um campeão do descontentamento. Segundo os sabichões, a comida é péssima e cara (nem o frango a passarinho se salva), o chope não é tirado direto e o atendimento consegue ficar abaixo do já relaxado padrão carioca. Só vive da fama, decretam os críticos, que preferem o rival Verdinho, vizinho na mesma calçada.

Mas, se é assim, como o Amarelinho consegue encher de gente? É a ótima localização, afirmam os detratores. Um dos pontos mais movimentados do Centro do Rio, ao lado da Câmara Municipal e do Theatro Municipal e em frente à Biblioteca Nacional, e perto de onde acontecem as grandes concentrações políticas e carnavalescas. Sem falar nos turistas, que sentem uma atração irresistível pelo local.

Fachada do Restaurante Bar Amarelinho, na Cinelândia, no Rio de Janeiro (RJ) - Rafael Andrade/Folhapress

A memória afetiva também conta: é o tipo de bar onde quase todo mundo já esteve ao menos uma vez na vida, numa grande mesa de confraternização entre amigos, que uma velha fotografia guardada em algum lugar registrou para o esquecimento.

Foi fundado em 1921, na época em que o empresário Francisco Serrador transformou o antigo quarteirão onde ficava o convento de Nossa Senhora da Ajuda num simulacro da Times Square de Nova York, com um cinema ao lado do outro. Chamava-se então Café Rivera. Só depois adotou o nome atual, para combinar com as cores da fachada do prédio embaixo do qual está instalado.

Para azar dos difamadores, o Amarelinho reabre nos próximos dias. Ótimo para o Rio e a região do Centro, abandonada pela prefeitura. E para este colunista, que em tardes vadias senta-se numa mesa de calçada, vendo o desfile das pessoas e esperando que, do alto da Biblioteca Nacional, desça o gavião para caçar os pombos na praça.

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