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Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

A greve, o voto e o golpe

No Rio, Moro falou para uma plateia tão esvaziada que ali deve ter pensado em desistir

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O Rio viveu na terça (29) um dia de novo normal político. Lula, Ciro e Moro estavam na cidade, em confabulações da campanha à Presidência. O governador Cláudio Castro, que tentará a reeleição, deu uma festa de arromba que misturou música eletrônica e pagode, farta oferta de uísque e camarão e a presença de lulistas e bolsonaristas na pista de dança.

Enquanto isso, nas ruas, a população enfrentou duas greves, a do transporte público e a dos lixeiros, além de um protesto de motoristas e motociclistas de aplicativos contra o aumento dos combustíveis.

E, não por último, um jacaré resolveu passear na Barra da Tijuca.

Durante a paralisação, só 21% dos ônibus circularam. O BRT — que atende a zona oeste, região mais populosa — parou completamente. Há uma queda de braço entre concessionárias e prefeitura, que divergem sobre a adoção da bilhetagem eletrônica, que daria acesso às receitas do setor. Num esquema de longa duração, de 1989 a 2017, os empresários são investigados por usar as sobras do vale-transporte para pagar propina a políticos.

O carioca já se acostumou a andar a pé. Desde antes da pandemia, os ônibus sumiram. Das 500 linhas cadastradas, para atender mais de três milhões de pessoas, 200 desapareceram e 80 são quase inoperantes. O colapso, que também abrange a circulação de trens, está apitando na curva.

Felizes são os candidatos, que não mofam à espera de condução. Moro falou para uma plateia vazia na Associação Comercial e ali deve ter reforçado a ideia de desistir. Ciro veio à convenção do PDT e quase não foi notado. Depois de se reunir com artistas, Lula desagradou grupos da esquerda ao dar a ordem de fazer campanha a favor do petista André Ceciliano na disputa ao Senado.

Longe do Rio, Bolsonaro preparava o discurso elogiando velhos e novos golpes. O jacaré, que desfilou na passarela do Terminal Alvorada, não declarou seu voto.

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