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Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

A PRF cooptada pelo bolsonarismo

Próximo ao filho 01, Silvinei Vasques tem uma longa ficha corrida

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O período de Bolsonaro em Brasília não poderia terminar sem a revelação de mais uma figura nefasta: o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, cuja atuação nas eleições e na repressão aos bloqueios de rodovias será investigada pela PF, a pedido do Ministério Público.

No domingo de votação, Vasques promoveu operações para impedir o transporte de eleitores, sobretudo no Nordeste — o que comprova o uso ilegal da máquina pública na campanha de Bolsonaro. Depois permitiu que bandos de lunáticos, com filhos no colo, fechassem e ateassem fogo nas estradas. O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, o intimou a apresentar a lista de veículos e pessoas autuadas durante os bloqueios, mas também deveria pedir os vídeos com declarações de membros da corporação em apoio aos golpistas.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) conversa com o diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Silvinei Vasques, durante cerimônia sobre o programa Agenda Brasil para Todos, no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira - 21.fev.22/Folhapress

Próximo ao filho 01, Vasques só foi indicado ao cargo por ser bolsonarista de carteirinha. Sua ficha não o credenciava. O repórter Allan de Abreu revelou que ele havia sido investigado por cobrar propina de uma empresa de guincho que atuava em Joinville (SC). Segundo consta no inquérito, o agente ameaçou matar um dos chantageados "com um tiro na testa".

Em 2000, foi processado por espancar um frentista. A vítima ganhou na Justiça uma indenização de R$ 71 mil, valor que até hoje não foi pago. O caso levou a corregedoria da PRF a pedir a expulsão de Vasques, mas a investigação prescreveu. Ao longo da carreira, ele já respondeu a oito sindicâncias internas. Os processos, no entanto, estão protegidos por sigilo de 100 anos, decretado pelo governo federal.

Alinhada ideologicamente a Bolsonaro, a PRF foi utilizada em operações que resultaram em chacinas dentro de favelas, ampliando sua função para além da fiscalização das estradas. Com Vasques no comando, a instituição conseguiu a maior mancha de sua história: o assassinato de Genivaldo de Jesus, por asfixia, no porta-malas de uma viatura.

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